[caption id="attachment_6105" align="alignleft" width="300"] No relatório de uma auditoria a propósito dos equipamentos de imagiologia em quatro hospitais portugueses, a IGAS diz que foram detectadas irregularidades no que respeita às acumulações de funções de profissionais de saúde dos serviços de radiologia/imagiologia. A auditoria, realizada no ano passado, abrangeu os centros hospitalares de São João, Universitário de Coimbra, de Lisboa Norte e o Hospital Fernando Fonseca[/caption]
A Inspecção-geral das Actividades em Saúde (IGAS) detectou situações de acumulação de funções de trabalhadores do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) sem autorização e que levantam dúvidas quanto à veracidade de registos de assiduidade.
No relatório de uma auditoria a propósito dos equipamentos de imagiologia em quatro hospitais portugueses, a IGAS diz que foram detectadas irregularidades no que respeita às acumulações de funções de profissionais de saúde dos serviços de radiologia/imagiologia.
A auditoria, realizada no ano passado, abrangeu os centros hospitalares de São João, Universitário de Coimbra, de Lisboa Norte e o Hospital Fernando Fonseca.
À excepção do Centro Hospitalar de São João, nas outras unidades os processos individuais dos trabalhadores não mostravam os pedidos de acumulação de funções com exercício em entidades privadas, nem a respectiva autorização.
No Hospital Fernando Fonseca foram detectados três trabalhadores que acumulam funções no Centro Hospitalar de Lisboa Norte – CHLN (no Hospital Pulido Valente) “sem que tenham sido encontradas evidências dos pedidos de acumulação e da sua autorização”.
Do registo de assiduidade destes trabalhadores em maio e Junho do ano passado, a IGAS encontrou situações que suscitam dúvidas quanto à sua veracidade, bem como quanto à fiabilidade do trabalho efectivamente prestado.
No caso de um dos trabalhadores, os registos chegaram a mostrar que, num mesmo dia, marcou a saída do CHLN às 14:12 e deu entrada no Fernando da Fonseca às 14:04 e noutro dia diferente registou a saída de uma unidade às 15:00 e a entrada noutra às 14:04.
“Concluiu-se que o trabalhador apresenta períodos de trabalho coincidentes nos dois organismos, bem como o lapso temporal que medeia o registo de saída numa entidade e os de entrada na outra, é muito curto”, refere a IGAS no relatório a que a Lusa hoje teve acesso.
Uma outra trabalhadora com acumulação efectiva de funções não compareceu num dia no Hospital Pulido Valente por motivo de doença, mas registou a sua presença no Fernando da FoNseca, o que “suscita dúvidas quanto à veracidade da justificação”.
No terceiro caso reportado pela IGAS sobre profissionais em acumulação de funções, dá-se conta de outra trabalhadora que, pelos registos, desempenhou funções sem qualquer interrupção entre as 20:00 do dia 24 de Maio e as 14:00 do dia 26 de Maio, sem tempo de intervalo entre a saída de uma entidade e a entrada na outra.
“Dada a natureza das situações verificadas, estas serão objecto de informação autónoma”, refere o relatório.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.