Envelhecimento da população exige “políticas inclusivas e sustentáveis”
DATA
22/09/2017 11:18:02
AUTOR
Jornal Médico
ETIQUETAS




Envelhecimento da população exige “políticas inclusivas e sustentáveis”

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou que “os desafios” colocados aos estados com o envelhecimento populacional exigem “políticas inclusivas e sustentáveis” para as pessoas de todas as idades. As declarações surgiram durante a abertura da Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o envelhecimento ativo, que decorre até hoje, em Lisboa, subordinada ao tema “Uma sociedade sustentável para todas as idades".

Estas políticas devem “garantir vidas saudáveis”, alcançando a igualdade de género, e promover “a adaptação dos mercados de trabalho, dos sistemas de proteção social e dos serviços de saúde e de cuidados”.

Segundo dados apresentados por Vieira da Silva na conferência, em 2017, 15,4% da população na região UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa) tinha 65 anos contra os cerca de 13% em 2002.

“As tendências atuais indicam que, até 2030, as pessoas com 65 ou mais anos vão representar mais de um quinto da população da região UNECE”, frisou o ministro.

Vieira da Silva lembrou que o aumento da esperança de vida tem “implicações importantes e de longo alcance” a nível social, territorial, económico e cultural.

Para o ministro, este aumento da esperança de vida terá de ser acompanhado pela “qualidade de anos de vida”.

“As pessoas devem envelhecer com dignidade e segurança, disfrutando a vida através da plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”, defendeu o ministro.

Esta situação - acrescentou - exige também “um combate permanente contra o discurso da segregação geracional, promovendo a solidariedade e respostas solidárias, em particular no domínio da relação entre gerações”.

Mas os desafios que se colocam “só podem ser alcançados através de um compromisso conjunto", para garantir "uma sociedade sustentável para todas as idades”.

Igualmente presente na conferência, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, adiantou, citando projeções do Instituto Nacional de Estatística (INE), que a população com 65 ou mais anos residente em Portugal passará de 2,1 para 2,8 milhões de pessoas entre 2015 e 2080.

Neste contexto, exigem-se políticas públicas que criem condições favoráveis ao envelhecimento da população, defende o ministro, lembrando que no espaço de quatro décadas, Portugal criou condições de desenvolvimento que permitiram às pessoas terem uma esperança de vida superior à média da União Europeia.

A conferência, de onde vai sair a Declaração de Lisboa, com as linhas orientadoras de atuação dos estados-membros para os próximos cinco anos, reúne em Lisboa os ministros responsáveis pela área do envelhecimento dos 49 estados membros da UNECE, além de outras entidades relevantes, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.

Além dos países estados-membros, esta conferência conta com a participação, como observadores, dos países de língua oficial portuguesa e de outros onde há comunidades portuguesas de grande expressão, como China, Japão, Índia, África do Sul, Canadá ou Rússia.

O (Des)alento da Medicina Geral e Familiar no Serviço Nacional de Saúde
Editorial | Joana Torres
O (Des)alento da Medicina Geral e Familiar no Serviço Nacional de Saúde

A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.