O ministro da Saúde prometeu que será lançado “dentro de dias” o concurso para os médicos recém-especialistas que acabaram há meses o internato, mas sem especificar datas.
CDS, PCP e BE questionaram ontem, no parlamento, Adalberto Campos Fernandes sobre os atrasos na abertura dos concursos de cerca de 700 médicos que concluíram a especialidade em abril e em outubro do ano passado.
Em reposta, o ministro da Saúde disse que o Governo decidiu fazer a junção das duas fases da conclusão da especialidade e “lançar dentro de dias” o concurso para que estes médicos possam ser especialistas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Contudo, disse que estes médicos que acabaram a especialidade em abril e em outubro “estão a trabalhar e estão no sistema”, mas ainda não foram admitidos enquanto especialistas.
Também ontem, a Ordem dos Médicos emitiu uma nota em que considerava uma vergonha nacional a não abertura destes concursos para os cerca de 700 especialistas.
Segundo avançou o bastonário, Miguel Guimarães, os concursos para os profissionais que concluíram o internato em abril deveriam ter sido abertos um mês depois, ou seja, há um atraso de cerca de oito meses.
“Mais uma vez isto ocorre por condicionalismos provocados pelo Ministério das Finanças. As Finanças estão de facto a controlar completamente a saúde e isto é mau para os portugueses”, considerou.
O representante dos médicos frisa também que estes atrasos já fizeram ao SNS perder muitos destes jovens especialistas, que optaram por ir trabalhar para o setor privado ou para países estrangeiros.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.