A Ordem dos Médicos (OM) tomou conhecimento que três diretores de serviços de Medicina do Hospital de Faro se demitiram, alegando razões que o Conselho Regional do Sul (CRS) considera muito preocupantes.
Em causa, num contexto de sobrelotação dos serviços, está a referência tornada pública de pressões diretas para dar altas antecipadas a doentes internados, explicou o CRS.
O CRS decidiu que vai avançar “com uma visita ao Hospital de Faro, para ouvir os médicos, os diretores de serviço e as explicações que o Conselho de Administração tenha, para um caso que, a confirmar-se, ameaça seriamente a segurança dos doentes”.
Caso se confirmem estes factos, que configuram, na perspetiva do CRS, “uma situação inadmissível”, “não haverá qualquer argumento que possa ser aceitável e a situação deve ter consequências legais e ser de imediato suspensa qualquer orientação que possa vir a revelar-se prejudicial para os doentes”, declarou.
A OM apelou, ainda, ao Ministério da Saúde e à Inspeção-geral das Atividades em Saúde que a acompanhem nesta averiguação, “de forma a clarificar a situação no mais curto espaço de tempo”.
Neste momento os CSP encontram-se sobrecarregados de processos burocráticos inúteis, duplicados, desnecessários, que comprometem a relação médico-doente e que retiram tempo para a atividade assistencial.