O PSD de Aveiro questionou o Governo sobre a “falta de condições” no hospital local, alegando que está em causa “a segurança e qualidade” no atendimento dos utentes.
Numa pergunta dirigida ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, os deputados recordam o recente pedido de demissão da diretora do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), na base da qual está “a manifesta falta de meios e de recursos" no Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro.
Segundo os deputados, esta situação “poderá acarretar graves consequências” para a população servida pelo CHBV, se a referida falta de meios não for rapidamente resolvida.
os parlamentares alertam, ainda, para o caos que pode vir a instalar-se no atendimento dos doentes na Urgência do hospital, caso a solidariedade manifestada por cerca de 40 médicos daquele serviço à referida responsável “possa vir a traduzir-se numa eventual indisponibilidade para continuarem naquelas funções”.
Nesse âmbito, o PSD de Aveiro questionou o Ministério da Saúde acerca das razões que levaram ao pedido de demissão da diretora da Urgência do CHBV e que medidas concretas pretende o Governo tomar para assegurar que o CHBV será dotado dos meios e dos recursos necessários para uma adequada prestação de cuidados de saúde à população.
Na mesma pergunta, os deputados do PSD apontam outros constrangimentos sentidos no CHBV, noutras áreas clínicas, como é o caso dos tempos de espera que dizem verificar-se nas consultas médicas de especialidade, que, no primeiro semestre de 2018, “permanecem em diversos casos muito elevados”.
“Para uma consulta de Dermato-Venereologia, o tempo de espera é de 1.482 dias, enquanto um doente da área da Pneumologia espera 383 dias ou um de Reumatologia aguarda 371 dias”, referem.
Os deputados consideram que esta situação é “absolutamente inaceitável” e responsabilizam o Governo, bem como os partidos políticos que o apoiam, lembrando que em 2016, o ministro da Saúde se comprometeu publicamente a reduzir substancialmente os tempos máximos de resposta garantida nas consultas hospitalares realizadas no âmbito do SNS.
Os últimos meses foram vividos por todos nós num contexto absolutamente anormal e inusitado.
Atravessamos tempos difíceis, onde a nossa resistência é colocada à prova em cada dia, realidade que é ainda mais vincada no caso dos médicos e restantes profissionais de saúde. Neste âmbito, os médicos de família merecem certamente uma palavra de especial apreço e reconhecimento, dado o papel absolutamente preponderante que têm vindo a desempenhar no combate à pandemia Covid-19: a esmagadora maioria dos doentes e casos suspeitos está connosco e é seguida por nós.