O médico e investigador Manuel Sobrinho Simões alerta para o aumento do número de casos de cancro, sublinhando que as causas são “quase exclusivamente” comportamentais e não genéticas.
De acordo com o especialista, este tipo de doenças atinge sobretudo a população mais idosa e resultam da prevalência de “muitos maus hábitos”, nomeadamente do consumo do tabaco. Sobrinho Simões falava à margem da XIV Reunião da Associação de Patologistas das Ilhas da Macaronésia (Madeira, Canárias, Açores e Cabo Verde), que decorre na capital madeirense.
O investigador considera que, perante o crescimento da doença, a solução passa pelo diagnóstico precoce, na medida em que “nuca vamos tratar as pessoas com sucesso se tivermos cancros muito avançados”.
Contudo, o médio alerta que “não se pode passar a vida a fazer TAC para ver se temos um tumorzinho, porque assim vamos fazer pior às pessoas”, realçando que “as pessoas têm de perceber que não vale a pena exagerar, a não ser que haja história familiar”.
Segundo Sobrinho Simões, os genes são responsáveis por 10% a 55% dos casos de cancro, ao passo que 90% a 95% são somáticos, devendo-se “quase exclusivamente” por motivos comportamentais, sendo potenciada por “maus hábitos” e por fatores como a obesidade e a diabetes.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.