Câmara do Porto quer oferecer ambulância à Pediatria do S. João
DATA
07/12/2018 11:02:56
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Jornal Médico
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Câmara do Porto quer oferecer ambulância à Pediatria do S. João

A Câmara do Porto quer ceder, a título gratuito e pelo prazo de três anos, uma ambulância para transportar as crianças da Pediatria, que funciona atualmente em contentores, para dentro do Hospital de São João.

Na proposta, que será votada na reunião camarária de terça-feira, a autarquia propõe-se aprovar a celebração com o Centro Hospitalar de São João (CHSJ) do “protocolo de cedência de uma ambulância, por razões de interesse público”.

“O transporte de crianças imunodeprimidas em ambulâncis que realizam o transporte de outro tipo de doentes pode representar um risco acrescido de infeção”, lê-se no documento, citado pela agência Lusa.

A proposta adianta que "quer a Associação de Oncologia Pediátrica do CHSJ, quer o conselho de administração do CHSJ, assinalam a dificuldade que representa o transporte das crianças dentro do perímetro do próprio hospital, quando se torna necessário que sejam atendidas por especialidades não disponíveis na provisória Ala Pediátrica ou quando têm de ser transportadas a outras unidades de saúde para tratamentos ou diagnósticos complementares”.

"É possível ao município, sem prejuízo para o atendimento das suas populações noutras áreas de intervenção, dispensar uma das suas viaturas, tanto mais que se encontra em processo de renovação e reforço da sua frota", pelo que, pretende ceder, "a título gratuito e temporário, pelo prazo de três anos uma viatura da frota afeta ao Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto", acrescenta a nota.

A proposta de protocolo de cedência de uma ambulância ao Hospital de São João surge depois de o presidente da autarquia ter dito, na sessão de 19 de novembro da Assembleia Municipal, que caso o ministério não fizesse, iria comprar uma ambulância para transportar as crianças internadas nos contentores da Pediatria, até que a nova ala seja construída.

"Tenho fortíssimas suspeitas quanto à boa vontade do Ministério da Saúde nesta matéria. Porque tinha sido prometido, e está previsto desde junho, a reabilitação dos contentores onde as crianças ainda vão estar durante muito tempo. São 300 mil euros, sabe o que foi feito? Não foi feito nada. E isso ajudava, como ajudava colocar lá uma ambulância", afirmou Rui Moreira, na altura, destacando que esta é uma situação de emergência.

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