O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, mostrou-se preocupado com o efeito que o caso do médico afastado do INEM, António Peças, possa vir a ter na confiança dos portugueses nos serviços de emergência.
Em declarações à rádio TSF, Francisco George considerou que o caso tem de ter “consequências a todos os níveis”.
"É preciso ouvir o médico em causa. Não há qualquer tipo de verdade sem que seja ouvido, em termos de contraditório, aquilo que tem a dizer o médico do INEM. A ser verdade o que é relatado - como tudo indica - é uma situação absolutamente inaceitável, intolerável e que tem de ter consequências a todos os níveis", afirmou.
Para o antigo diretor-geral da Saúde, o impacto na confiança dos portugueses pelo INEM será seguramente negativo. “O presidente do INEM e sua direção, bem como as autoridades do Ministério da Saúde, a confirmar-se a situação que foi relatada terão de tomar medidas de correção e disciplinares sobre o assunto”, defendeu.
“Não há aqui nenhuma possibilidade de o assunto ser ignorado - pelo contrário, tem de ser analisado até às últimas consequências de uma forma rápida. Isso é absolutamente essencial para que todos os portugueses e portuguesas tenham confiança nos serviços do INEM que, como se sabe, são absolutamente indispensáveis", reforçou Francisco George à TSF.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.