O Prémio Bial de Medicina Clínica 2018 é entregue hoje ao médico Mário Dinis Ribeiro, que defende a realização de uma endoscopia digestiva alta em simultâneo com o rastreio do cancro colorretal para prevenir cancros.
“A relação custo-eficácia significa que vamos gastar agora para poupar no futuro”, explicou à agência Lusa.
O premiado, que é diretor do Serviço de Gastrenterologia no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, entendeu que proporcionar ao utente a possibilidade de fazer uma endoscopia ao mesmo tempo que faz o rastreio do cancro colorretal é proporcionar-lhe um “momento único” de rastreio ao tubo digestivo e a possibilidade de detetar lesões precoces.
“A deteção de lesões precoces vai permitir reduzir as mortes por cancro gástrico, não de todos os casos, como é óbvio”, referiu.
Se nada for feito quanto ao diagnóstico precoce, Mário Dinis Ribeiro considerou que a morte por este tipo de cancro continuará “elevadíssima”, estimando-se que em 2035/2040 seja diagnosticado todos os dias a dezenas de pessoas.
Além disso, acrescentou, nas próximas décadas o número de mortes por cancro gástrico vai aumentar devido ao envelhecimento da população.
A segunda menção será para um trabalho do professor Óscar Gonçalves e da médica Ana Castro Fernandes com uma nova abordagem clínica à doença obsessivo-compulsiva que, atualmente, afeta cerca de 4% da população portuguesa.
Na obra são descritos os resultados de vários estudos realizados pelos autores que mostram que a doença está associada a uma variedade de alterações cerebrais bem mais extensa do que anteriormente se pensava.