A campanha europeia Med Safety Week 2019 está a decorrer de 25 a 29 de novembro e o Infarmed junta-se ao esforço pelo quarto ano consecutivo.
Com o objetivo de informar sobre a polimedicação e a importância da notificação de reações adversas a medicamentos - mais frequente nos casos de doentes polimedicados -, o projeto consiste na partilha e divulgação de vídeos e animações através das redes sociais, de sites de agências e dos média. O Infarmed participa na esperança de transmitir este conhecimento à população e, desse modo, estimular o recurso a esta ferramenta de notificação para recolha de dados na área da segurança dos medicamentos, pois as condições nos ensaios clínicos são mais controladas em comparação com a utilização real.
Em declarações à Lusa, a diretora da direção de gestão de risco de medicamentos do Infarmed, Fátima Canedo, afirma que este é "um direito e um dever porque é um ato altruísta ajudar a tornar os medicamentos ainda mais seguros". Concedendo que pode parecer "um contrassenso dizer que notificar efeitos indesejáveis ajuda a tornar os medicamentos mais seguros", a responsável pela farmacovigilância explica através da imagética do Titanic: "o iceberg estava lá e o que não se via afundou o navio".
Organizada pelos Heads of Medicines Agencies e com a colaboração, este ano, do Uppsala Monitoring Centre (UMC) e da International Coalition of Medicines Regulatory Authorities (ICMRA), a iniciativa conta com a participação de 57 países de 33 idiomas diferentes, representando um aumento da adesão face ao ano anterior (32 países).
Este ano, o Infarmed recebeu mais de 11.300 notificações, das quais 58% foram consideradas graves. Os dados sobre a segurança dos fármacos são provenientes, sobretudo, dos titulares da autorização da introdução no mercado (indústria), médicos, farmacêuticos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Só então aparece a figura do doente, pelo que esta campanha convida este elemento a "expor ao sistema uma situação para evitar que outros sofram as mesmas consequências, pois o Infarmed atua e torna as condições de toma do medicamento mais seguras", conclui Fátima Canedo.
O início da segunda década deste século, foram anos de testagem. Prova intensa, e avassaladora aos serviços de saúde e aos seus profissionais, determinada pelo contexto pandémico. As fragilidades do sistema de saúde revelaram-se de modo mais acentuado, mas por outro lado, deu a conhecer o nível de capacidade de resposta, nomeadamente dos seus profissionais.