No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado a 31 de maio, a Direção-geral da Saúde (DGS) associou-se ao programa SPEAK OUT #TobaccoExposed da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pretende "tornar os jovens mais informados e conscientes” sobre as “táticas de manipulação” da indústria tabaqueira.
A DGS destaca a importância da campanha, sublinhando que há estudos que mostram que “pessoas que fumam apresentam maior suscetibilidade e risco acrescido de complicações, quando infetadas” com Covid-19.
Os objetivos do programa passam por “reforçar intervenções políticas eficazes no combate ao tabagismo, expor táticas da indústria, informar os jovens sobre as intenções e as táticas da indústria do tabaco para os captar como novos consumidores e capacitar os influenciadores dos jovens para os alertarem e defenderem”.
Em comunicado, a DGS refere que a indústria tabaqueira gasta “8.000 milhões de euros, a nível mundial, em marketing e publicidade” para captar novos consumidores, “tendo os jovens e as mulheres como principal público-alvo”, de forma a “substituir os oito milhões de consumidores que morrem a cada ano” por doenças relacionadas com o tabaco.
Em Portugal, morrem por ano mais de 12.000 pessoas devido a doenças associadas ao tabaco e, apesar de “haver uma redução do consumo dos produtos de tabaco convencionais”, verifica-se um aumento do consumo de cigarros eletrónicos e tabaco aquecido.
O uso de aromas de frutos e doces em produtos de tabaco e líquidos dos cigarros eletrónicos, que levam jovens a subestimar o risco e iniciar o consumo, a criação de produtos com design atrativo, fáceis de transportar e com formatos tecnológicos coloridos, a promoção de produtos como sendo de baixo risco ou alternativas limpas e o patrocínio de influencers e bloggers, são algumas das estratégias denunciadas pelo documento.
A estas juntam-se a colocação estratégica destes produtos nos pontos de venda junto de doces e refrigerantes, a venda de cigarros perto das escolas, o marketing indireto – “através de colocação de atores e pessoas a usar estes produtos em filmes, séries de televisão e eventos com transmissão online” –, a promoção em festivais e eventos juvenis, o aumento de ações litigiosas ou de tentativa de influência da decisão política.
No comunicado pode ler-se ainda que, apesar dos esforços, a indústria do tabaco continua a “opor-se à adoção de medidas, como o aumento de impostos especiais sobre o consumo e as proibições de publicidade”, acusando-a de fazer ameaças com ações legais contra os governos.
Com esta campanha, a OMS pretende tornar os jovens mais informados e conscientes na deteção destas táticas, que adjetivam como “manipulação da indústria”, e capacitá-los, no sentido de se alcançar uma geração mais atenta, informada e livre de tabaco.
No processo de reflexão da minha prática clínica, levo em conta para além do meu índice de desempenho geral (IDG) e da satisfação dos meus pacientes, a opinião dos Outros. Não deixo, por isso, de ler as entrevistas cujos destaques despertam em mim o interesse sobre o que pensam e o que esperam das minhas funções, como médico de família. Selecionei alguns títulos divulgados pelo Jornal Médico, que mereceram a minha atenção no último ano: