“A aplicação StayAway Covid só tem utilidade em complementaridade com outras medidas de controlo da pandemia e o seu interesse é escasso isoladamente”, afirma a Ordem dos Médicos (OM), opondo-se à obrigatoriedade de instalação da app.
Em comunicado, a OM marcou a sua posição relativamente a este tópico que iria ser debatido em Parlamento, mas que foi ontem "desagendado" da apreciação diploma que continha a obrigatoriedade do uso da aplicação "Stayaway Covid", a pedido do primeiro-ministro, António Costa.
Segundo a OM, “Não existe evidência científica robusta de que a sua utilização possa contribuir de forma significativa para diminuir a incidência da Covid-19” e a “obrigatoriedade da sua instalação […] coloca em causa questões éticas fundamentais subjacentes à vivência de um estado democrático, ao não preservar a confidencialidade e proteção de dados pessoais, e ao interferir com liberdades fundamentais e direitos individuais”.
Entre outros motivos, a Ordem dos Médicos realça ainda aspetos como o de “uma parte significativa da população portuguesa, talvez até a mais vulnerável, nem sequer tem os equipamentos móveis necessários para instalar a aplicação StayAway Covid”.
Nesta medida, a instalação e utilização da aplicação Stayaway Covid deve ser recomendada, mas em circunstância alguma ser obrigatória.
A OM termina ainda afirmando que “É verdade que estamos a combater um inimigo ainda pouco conhecido, lidamos com a incerteza. Mas não podemos perder o rumo. Queremos que Portugal seja uma referência na área da saúde, Covid e não Covid, o que implica persistir no caminho da ciência e da ética”, justificando a sua posição quanto a este tema.
No processo de reflexão da minha prática clínica, levo em conta para além do meu índice de desempenho geral (IDG) e da satisfação dos meus pacientes, a opinião dos Outros. Não deixo, por isso, de ler as entrevistas cujos destaques despertam em mim o interesse sobre o que pensam e o que esperam das minhas funções, como médico de família. Selecionei alguns títulos divulgados pelo Jornal Médico, que mereceram a minha atenção no último ano: