A Associação Portuguesa dos Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear (ATARP) frisou a necessidade de reforço da “capacidade humana e técnica” deste grupo profissional, que quer “fazer parte da solução na melhoria das condições”.
“A pandemia ocupa um grande lugar de destaque no trabalho dos profissionais e nas equipas multidisciplinares. Será necessário reforçar a capacidade humana e técnica, nomeadamente ao nível de equipamentos”, observou o presidente da associação, Altino Cunha, no final de uma audiência ontem com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para analisar a atual situação pandémica no país.
Esse reforço “deverá passar, numa primeira fase, por uma otimização e rentabilização da capacidade instalada”, de forma a “fazer face às necessidades dos doentes na condição Covid-19 e não Covid-19”, considerou Altino Cunha, que manifestou na audiência a disponibilidade dos técnicos de radiologia, radioterapia e medicina nuclear no combate à pandemia.
“Não podemos, neste momento, virar as costas ao Serviço Nacional de Saúde”, afirmou, lembrando também a importância de “uma atualização da legislação que regula as competências destes profissionais, que data de 1993 e que não se coaduna com a evolução tecnológica e clínica” na área da saúde.
Altino Cunha destacou o esforço do Governo na “instalação e modernização do parque tecnológico”, mas ressalvou que “mais se deverá e poderá fazer”, entendendo que uma estratégia de rentabilização é “um bom ponto de partida”.
“As equipas devem ser reforçadas de modo a que os tempos de espera, já muito grandes em época pré-Covid-19 e que, com a pandemia, se agravaram, sejam repostos para tempos que consideramos clinicamente aceitáveis”, concluiu.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.