O secretário de Estado Adjunto e da Saúde admitiu, ontem, preocupação com a pressão que os hospitais públicos estão a sentir, nomeadamente no Norte, devido à pandemia de Covid-19, mas não adiantou novos dados sobre transferências.
“Todos os hospitais estão sob pressão, o que é para nós motivo de preocupação. As taxas de ocupação são similares às dos dias anteriores. Em enfermaria andarão entre os 75% e os 80%. As unidades de cuidados intensivos andam entre os 70% e os 80%”, começou por referir António Lacerda Sales, que falava aos jornalistas em Valongo, no distrito do Porto, respondendo a perguntas sobre o Hospital de Penafiel, unidade do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (CHTS), que na semana passada chegou a registar 10% dos internamentos nacionais por Covid-19.
O governante falou da “rede expansiva e elástica” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) português, garantindo que “quando há necessidade é possível transferir de um local para o outro”, mas sem dar números ou avançar com medidas concretas.
“Penso que todo o sistema integradamente está a funcionar: setor público, setor social e privado”, referiu, mencionando alguns exemplos, mas sem os detalhar. “O caso [Hospital] Fernando Pessoa [que é uma unidade privada localizada em Gondomar] temos 43 doentes instalados. Temos acordos de adesão com outros grupos privado, com a CUF, os Lusíadas e o setor social, que é muito importante”, referiu.
Perante a insistência dos jornalistas sobre a situação de pressão no CHTS – que na terça-feira da semana passada registava 235 internados, dos quais 11 em cuidados intensivos – o governante, admitiu a necessidade de transferir doentes e falou da “aprendizagem muito importante” que será “replicada a outros hospitais se houver necessidade”.
Acompanhado do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, que é o coordenador Regional Norte para a área da Covid-19 – bem como de autarcas como o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, e do de Gondomar, Marco Martins, que é também presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil – Lacerda Sales procurou passar uma mensagem de confiança.
“A garantia que nós podemos dar é que nunca paramos de nos preparar. Tal como o vírus não tirou férias, nós também não tirámos férias. Fizemos um plano de outono/inverno que contemplava estas estruturas de retaguarda que hoje aqui viemos visitar. Estamos a continuar a preparar-nos ao nível das instituições hospitalares, ao nível da capacidade de testagem, ao nível da capacidade de ventilação (…) Essa é a garantia que posso dar aos portugueses”, disse.
O regime remuneratório das USF modelo B há muito que é tema para as mais diversas discussões, parecendo ser unânime a opinião de que necessita de uma revisão, inexistente de forma séria desde a sua implementação.