Está cientificamente comprovado que o ser humano nasce com preferência pelo sabor doce, fazendo do açúcar um ator importante na sua dieta. Porém, estima-se que esta substância represente, em média, entre 13 a 25% da ingestão diária de um adulto, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde se situa entre os 5 e os 10%.
“É necessário reduzir o consumo de açúcares, tanto dos refinados como dos naturais”, afirma Adriana Gámbaro, professora e diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia Alimentar da Faculdade de Química da Universidade da República, no Uruguai, no webinar “Salud, Sabor Dulce y Placer: Es factible?”, organizado pela Sociedade Argentina de Nutrição e pela ISA - Associação Internacional de Adoçantes.
Embora a indústria alimentar tenha vindo a diminuir a quantidade de açúcar presente nos alimentos, a presidente da Sociedade Argentina de Nutrição, Monica Katz, considera que esta substância continua a ser utilizada de forma bastante inadequada.
Segundo o investigador e médico especialista em nutrição, Brian Cavagnari, “os ensaios clínicos controlados, aqueles que podem mostrar causalidade, concluem que a substituição de açúcares por edulcorantes sem calorias ajuda a diminuir a ingestão de energia e, consequentemente, o peso corporal dos adultos”.
A segurança dos adoçantes de baixas calorias aprovados tem sido repetidamente avaliada e confirmada pelos órgãos reguladores e científicos de avaliação de risco em todo o mundo, como o Comité Misto FAO/OMS de peritos no domínio dos aditivos alimentares (JECFA), a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) e Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.