Vacina da AstraZeneca em Portugal DGS avisa que deve ser dada a pessoas até aos 65 anos
DATA
08/02/2021 16:04:11
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Jornal Médico
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Vacina da AstraZeneca em Portugal DGS avisa que deve ser dada a pessoas até aos 65 anos
A Direção-Geral da Saúde (DGS) considera que a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, que chegou a Portugal ontem, deve ser preferencialmente utilizada para pessoas até aos 65 anos de idade.

Na norma divulgada, a DGS acrescenta, no entanto, que "em nenhuma situação deve a vacinação de uma pessoa com 65 ou mais anos de idade ser atrasada" se só estiver disponível esta vacina.

A DGS recorda que a vacina da AstraZeneca está aprovada para prevenção da Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, em pessoas com idade igual ou superior a 18 anos e diz também que "em nenhuma situação deve a vacinação de uma pessoa com 65 ou menos anos de idade ser atrasada se só estiver disponível uma vacina de mRNA".

A DGS informa ainda que o esquema vacinal recomendado para esta vacina da Astrazeneca é de duas doses com intervalo de 12 semanas e lembra que, se após a 1.ª dose for confirmada infeção por SARS-CoV-2, "não deve ser administrada a 2.ª dose".

Se foi administrada a 1.ª dose a uma pessoa que tenha estado infetada por SARS-CoV2, não deve ser administrada a 2.ª dose, diz ainda a DGS, que recomenda que, se houver atraso em relação à data marcada para a 2.ª dose, ou, por qualquer motivo, não puder ser administrada a 2.ª dose, "a mesma será administrada logo que possível". "O esquema vacinal deve ser completado com uma dose de vacina da mesma marca", acrescenta.

Sobre a gravidez e amamentação, a DGS considera que "não existem dados sobre a administração desta vacina durante a gravidez" e que estudos feitos em animais "não indicaram efeitos negativos no feto ou na grávida".

"Se os benefícios esperados ultrapassarem os potenciais riscos para a mulher, a vacina poderá ser considerada, por prescrição do médico assistente. Não é necessário evitar a gravidez após a vacinação", considera.

Na norma, a autoridade nacional de saúde recorda que "as pessoas com sintomas sugestivos de Covid-19 não devem dirigir-se à vacinação sem que seja excluída a infeção por SARS CoV-2" e que as que estiverem em isolamento profilático "devem adiar a vacinação para quando este terminar".

"Se, entretanto, desenvolverem sintomas e for confirmada a infeção por SARS CoV-2, não serão priorizadas para a 1.ª dose da vacina e não será administrada a 2.ª dose se já tiverem recebido a 1.ª dose", esclarece.

A DGS indica que não está estudada a interação da vacina da AstraZeneca com outras, mas, uma vez que se trata de uma nova vacina e "para permitir a valorização de eventuais efeitos adversos, a administração desta vacina deve, sempre que possível, respeitar um intervalo de duas semanas em relação à administração de outras vacinas". Contudo, "se tal implicar um risco de não vacinação, a mesma não deve ser adiada", recomenda.

A DGS refere que os ensaios clínicos da vacina da AstraZeneca incluíram pessoas com comorbilidades como obesidade (IMC ≥30.0 kg/m2), doença cardiovascular, doença respiratória e diabetes e que a eficácia "foi semelhante nos participantes com e sem uma ou mais destas comorbilidades".

"Esta vacina é constituída por um vetor viral (adenovírus) geneticamente modificado, sem capacidade replicativa, não havendo por isso contraindicação à sua administração em pessoas com imunodeficiência, à semelhança das vacinas inativadas", acrescenta.

Quanto a quem faz terapêutica com produtos contendo imunoglobulinas humanas, a DGS diz que não existem ainda estudos para esta vacina. No entanto, segundo as indicações do Programa Nacional de Vacinação, "a interação entre imunoglobulinas (Ig) e vacinas inativadas é reduzida, pelo que estas podem ser administradas em simultâneo, antes ou depois da administração de produtos contendo imunoglobulinas, desde que em locais anatómicos diferentes".

Quanto às pessoas com doença autoimune ou autoinflamatória, não existe evidência de que a vacinação cause agravamento ou precipite crise aguda. "A vacinação de pessoas com exacerbação documentada da sua doença relacionada com administrações anteriores de outras vacinas, deve ser decidida e prescrita pelo médico assistente", acrescenta.

Portugal recebeu no dia 7 de fevereiro o primeiro lote de 43.200 vacinas do consórcio AstraZeneca/Oxford, a terceira contra o novo coronavírus a chegar ao país, depois da Pfizer e da Moderna. Numa recente atualização do processo de vacinação, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que o país já tinha recebido mais de 400 mil vacinas: 387.270 da BioNTech/Pfizer e 19.200 da Moderna.

Para fevereiro estão previstas mais duas entregas de vacinas da Moderna e três da Pfizer e a segunda da vacina da AstraZeneca, a mais recente a ser aprovada pela Agência Europeia do Medicamento, tendo Marta Temido afirmado que as entregas desta farmacêutica totalizam 200 mil.

 

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Editorial | Joana Torres
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