Os dados revelam ainda um aumento na cobertura vacinal dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes (62,9%) e também nas pessoas portadoras de doenças crónicas (74,4%). No que respeita às mulheres grávidas, verifica-se mais do dobro de grávidas vacinadas em comparação com a época passada (53,6% vs 23,5%, respetivamente), precisamente na época em que a gratuitidade da vacina para este grupo foi implementada pela primeira vez.
Em comunicado, a APMGF refere que “os resultados do vacinómetro indicam, ainda, que a região norte foi (tal como na época gripal anterior) a que apresentou maior taxa de vacinação em todos os grupos analisados, com 68,6% (64,5% no ano passado) de indivíduos vacinados, sendo que o Algarve continua a ser a zona do país com menor população vacinada, 49,3% (49,5% no ano passado)”.
“Os dados finais da época gripal 2020/2021 deixam-nos satisfeitos por termos, pelo segundo ano consecutivo, cumprido a meta da OMS para a cobertura vacinal das pessoas a partir dos 65 anos de idade”, sublinha o presidente da APMGF, Nuno Jacinto.
Destaca ainda que se registou “um aumento da vacinação nas pessoas com doença crónica, que são um grupo de risco para infeções virais como a gripe, bem como no grupo dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes, algo muito importante desde sempre, mas ainda mais durante a pandemia de Covid-19, de modo a garantir que os profissionais de saúde poderiam manter-se na linha da frente e sem gripe ou sintomas que se pudessem confundir com a Covid-19”.
Filipe Froes, coordenador da Comissão de Trabalho de Infeciologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, ressalva que “estes números positivos revelam que compensou o esforço extra da Direção-Geral da Saúde e do Ministério da Saúde para alargar a cobertura vacinal”.
“Considero ainda que é possível retirar aprendizagens muito importantes para a próxima época gripal que vai exigir, com certeza, uma ainda melhor cobertura vacinal contra a gripe, uma vez que na época de 2020/2021 o registo de casos de gripe foi residual, devido ao confinamento e às medidas de higiene e distanciamento implementadas para fazer face à pandemia da Covid-19, o que permite antever uma previsível maior atividade na época 2021/2022”, finaliza.
Neste momento os CSP encontram-se sobrecarregados de processos burocráticos inúteis, duplicados, desnecessários, que comprometem a relação médico-doente e que retiram tempo para a atividade assistencial.