Investigadores descobrem marcador biológico que antecipa prognóstico de COVID-19
DATA
26/10/2021 17:09:28
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Jornal Médico
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Investigadores descobrem marcador biológico que antecipa prognóstico de COVID-19

Um grupo internacional de investigadores no qual estiveram envolvidos especialistas da Fundação Champalimaud descobriu um marcador biológico com potencial para dar prognóstico da gravidade da COVID-19, com a deteção do marcador a resultar de um teste PCR.

 

O investigador principal Eduardo Moreno, em entrevista à Agência Lusa, esclareceu que o prognóstico decorre da presença de um tipo de proteínas presente nas células dos seres humanos, designadas por proteínas flower, um sistema descoberto pela primeira vez há cerca de cinco anos e cuja potencial importância se reconheceu também agora para a infeção provocada pelo vírus.

“É um sistema em que as células comunicam entre si. São as proteínas flower que as células usam para comunicar com as células vizinhas e estas eliminam a célula danificada. É como um controlo de qualidade do organismo”, explicou, acrescentando que quando “o corpo é jovem, tem-se normalmente muitas células boas; quando o corpo é mais velho, este sistema de controlo de qualidade já funciona pior e o número de células danificadas vai-se acumulando”.

Segundo o geneticista espanhol, existem quatro proteínas flower nos humanos, divididas em duas categorias: proteínas lose, presentes nas células danificadas, e proteínas win, encontradas nas células boas.

“O que pretendemos é que seja usado como marcador biológico e poderá usar-se num futuro próximo”, frisa, assegurando que a deteção destas células pode ser extraída de amostras pulmonares e nasofaríngeas, utilizando o teste PCR para analisar os níveis de proteínas lose.

A pesquisa, que contou com a participação de cientistas de Dinamarca, Suécia, Estados Unidos, Austrália e Alemanha, adianta que o potencial deste tipo de proteínas vai além da COVID-19 e que pode servir ainda de marcador para outros tipos de doenças.

Os resultados do estudo conduzido por este grupo de investigadores foram publicados recentemente na revista EMBO Molecular Medicine.

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