Os dados do Programa Nacional do Rastreio Neonatal (PNRN) mostrou que cerca de 72.300 bebés nasceram em Portugal até final de novembro, o número mais baixo de sempre para igual período.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), “o maior número de bebés rastreados observou-se nos distritos de Lisboa e do Porto, com 21.485 e 13.435 testes efetuados, respetivamente, seguidos de Setúbal (5.425) e Braga (5.322)”. Já, Bragança (466), Portalegre (533) e Guarda (576) foram os distritos com menos recém-nascidos analisados.
O painel das doenças rastreadas é constituído por 26 patologias: hipotiroidismo congénito, fibrose quística e 24 doenças hereditárias do metabolismo.
“O exame consiste na recolha de gotículas de sangue no pé dos recém-nascidos para permitir diagnosticar as doenças, que clinicamente são difíceis de identificar nas primeiras semanas de vida, e que mais tarde podem provocar deficiência mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma”, esclarece o INSA.
Este deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido, porque antes do terceiro dia os valores dos marcadores existentes do sangue do bebé podem não ter valor de diagnóstico, e após o sexto dia alguns marcadores perdem sensibilidade, havendo o risco de atrasar o início do tratamento.
O início da segunda década deste século, foram anos de testagem. Prova intensa, e avassaladora aos serviços de saúde e aos seus profissionais, determinada pelo contexto pandémico. As fragilidades do sistema de saúde revelaram-se de modo mais acentuado, mas por outro lado, deu a conhecer o nível de capacidade de resposta, nomeadamente dos seus profissionais.