Um novo estudo de investigadores norte-americanos revelou que a esclerose múltipla pode ser provocada pelo vírus Epstein-Barr, identificando assim, pela primeira, vez um provável culpado para esta doença autoimune. Esta nova investigação é “o primeiro estudo a fornecer evidências convincentes de causalidade”, frisou Alberto Ascherio, principal autor e professor de epidemiologia da Harvard School of Public Health.
O estudo, publicado esta semana na revista Science, mostra que este vírus é necessário para o desenvolvimento da esclerose múltipla, mesmo que todas as pessoas infetadas não desenvolvam esta doença.
Esta hipótese já vinha a ser estudada há vários anos, mas era difícil de comprovar, uma vez que este vírus é muito comum e os sintomas da doença só começam cerca de dez anos após a infeção.
"Este é um passo importante, pois sugere que a maioria dos casos de esclerose múltipla pode ser prevenida com a interrupção da infeção causada pelo vírus Epstein-Barr", acrescentou, Alberto Ascherio, citado no comunicado.
Para o investigador, a segmentação deste vírus “pode levar à descoberta de uma cura".
A equipa de cientistas acompanhou durante 20 anos mais de dez milhões de jovens alistados no Exército norte-americano, dos quais 955 foram diagnosticados com esclerose múltipla durante o serviço militar. O risco de contrair esclerose múltipla aumentou 32 vezes após o paciente ser infetado pelo vírus Epstein-Barr, mas permaneceu inalterado após a infeção por outros vírus.
O início da segunda década deste século, foram anos de testagem. Prova intensa, e avassaladora aos serviços de saúde e aos seus profissionais, determinada pelo contexto pandémico. As fragilidades do sistema de saúde revelaram-se de modo mais acentuado, mas por outro lado, deu a conhecer o nível de capacidade de resposta, nomeadamente dos seus profissionais.