O IPO do Porto anunciou a realização de um estudo clínico para avaliar a resposta imunológica à dose de reforço da vacina contra a COVID-19 em doentes oncológicos que se encontram sob tratamento de quimioterapia ou imunoterapia.
Segundo o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, o objetivo do estudo é gerar conhecimento sobre qual é o impacto na aquisição de imunidade e perceber por que motivo alguns doentes não conseguem adquirir defesas suficientes para combater a infeção.
Esta informação, de acordo com o oncologista e investigador Júlio Oliveira, será relevante para a definição de estratégias que permitam aumentar a segurança dos doentes oncológicos, bem como reduzir o risco de ter complicações por COVID-19.
Para já, o que se sabe é que a resposta não é igual em todos os doentes, dado que os pacientes com tumores do sangue, bem como os doentes que se encontram em tratamentos ativos de quimioterapia/imunoterapia, aparentam ter tendência a desenvolver uma menor resposta à vacina, contudo, ainda existem poucos dados disponíveis sobre o impacto da dose de reforço.
A amostra esperada desta investigação são 400 doentes, por isso o IPO do Porto apela à colaboração das pessoas nesta investigação, em particular nas próximas duas a três semanas, sendo que cada doente que participe no estudo será convidado a colher três a quatro análises de sangue no período de um ano.
Numa primeira fase, o estudo vai incluir doentes do IPO do Porto, mas existe a expectativa de alargar a doentes de outros hospitais, uma vez que este é um projeto a dois anos e terá mais desenvolvimentos.
O início da segunda década deste século, foram anos de testagem. Prova intensa, e avassaladora aos serviços de saúde e aos seus profissionais, determinada pelo contexto pandémico. As fragilidades do sistema de saúde revelaram-se de modo mais acentuado, mas por outro lado, deu a conhecer o nível de capacidade de resposta, nomeadamente dos seus profissionais.