O reumatologista Jaime Branco e especialista em ciências da nutrição Conceição Calhau, ambos da Nova Medical School - Faculdade de Ciências Médicas, lançaram um livro sobre a importância de um estilo de vida saudável. Esta obra faz parte de uma trilogia que inclui outras dois outros livros: “Desafios do Envelhecimento para a Saúde, a Economia e a Sociedade” e “Novas Tecnologias”.
O manual, intitulado de "Saúde e Estilos de Vida", vem abordar temas atuais que impactam na vida do utente. O professor catedrático da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa lembra que “a generalidade dos fatores de risco das doenças crónicas não transmissíveis são profundamente alteráveis com a mudança dos estilos de vida”.
“Temos de olhar para a sustentabilidade do sistema como um todo”, defende, considerando que “a aposta essencial é na prevenção e na mudança de atitudes, para conseguir alterar fatores de risco que acabam por levar a doenças crónicas que, além de pesarem na qualidade de vida das pessoas, pesam na despesa dos sistemas de saúde”, lê-se em comunicado.
“Este é o momento decisivo para a mudança de paradigma: ter um sistema de saúde que efetivamente dá primazia à saúde e não à doença. E isso passa por ter equipas multidisciplinares com profissionais de saúde devidamente treinados e articulados com toda uma estratégia política de âmbito nacional e intersetorial orientada para a promoção dos estilos de vida saudáveis”, escrevem, na primeira parte do livro, o médico de saúde púbica Luis Pisco e o especialista em Economia da Saúde Pedro Pita Barros.
O especialista diz que falta em Portugal “uma política consistente no tempo” e pretende, nesse sentido, reforçar a literacia em saúde, bem como dotar os cuidados de saúde primários com instrumentos e meios humanos.
Comunicar com a população em linguagem comum é uma alavanca essencial para o futuro. Se os utentes aderirem às mudanças de estilo de vida, como a obra defende, serão evitados diversos casos de doença crónica.
Os autores defendem que atualmente fala-se mais em doença do que em saúde. “Hoje chamamos centros de saúde a coisas que são sobretudo centros de doença”, conclui Jaime Branco.
O início da segunda década deste século, foram anos de testagem. Prova intensa, e avassaladora aos serviços de saúde e aos seus profissionais, determinada pelo contexto pandémico. As fragilidades do sistema de saúde revelaram-se de modo mais acentuado, mas por outro lado, deu a conhecer o nível de capacidade de resposta, nomeadamente dos seus profissionais.