A presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) alertou para o agravamento dos tempos de espera para os tratamentos de fertilidade com gâmetas doados.
Carla Rodrigues admite que a pandemia piorou a situação destes doentes, que não tem soluções ainda, pois os centros de tratamento de PMA tiveram de encerrar durante “um grande período de tempo e não conseguiram recuperar as listas de espera”.
A presidente do CNPMA explicou que o Governo constituiu um grupo de trabalho “para estudar soluções para uma melhor acessibilidade a tratamentos de PMA e para colmatar a necessidade de doações de gâmetas no serviço público”.
No entanto, Carla Rodrigues lamenta que “o Governo não tenha feito nada” relativamente aos dados apresentados, considerando ainda que esta situação está a evoluir para uma “epidemia silenciosa”.
“Nós sabemos que há muitos problemas de saúde, mas sabemos que na procriação medicamente assistida os problemas gravíssimos são crónicos e são sobretudo porque as pessoas mais prejudicadas não reclamam porque são assuntos do foro íntimo e pessoal”, salientou Carla Rodrigues.
O CNPMA apela assim à necessidade de aumentar a capacidade de resposta do SNS, em prol dos “projetos de parentalidade” que se encontram em espera.
Neste momento os CSP encontram-se sobrecarregados de processos burocráticos inúteis, duplicados, desnecessários, que comprometem a relação médico-doente e que retiram tempo para a atividade assistencial.