Designada por “Missão 70/26”, é a iniciativa nacional levada a cabo pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) que visa melhorar o controlo da hipertensão arterial (HTA), envolvendo profissionais de saúde, doentes, e toda a comunidade portuguesa.
Agir sobre a inércia médica, “motivando a proatividade dos profissionais de saúde, potenciar a adesão à terapêutica dos já diagnosticados como hipertensos”, e incentivar a literacia em saúde na população são os objetivos da SPH. A “Missão 70/26” vai incluir diversas ações com vista a destacar a importância da medição regular da pressão arterial, nem como informar toda a comunidade para os riscos da HTA não controlada.
Neste sentido, está na calha um “um programa estratégico multifacetado que permita controlar 70% dos hipertensos vigiados nos cuidados de saúde primários em Portugal até 2026”, comunicou a Direção da SPH. A iniciativa foi pensada sob a liderança de Luís Bronze, lembrando o cardiologista que no país, “apesar de 75% dos hipertensos estarem sob medicação, o controlo tensional continua a ser insuficiente, e em parte este problema é causado pela falta de adesão à terapêutica. As idas ao médico são essenciais porque servem também para motivar os doentes a aderir à terapêutica e a consciencializá-los para os fatores de risco concomitantes”.
Considerando que a pandemia motivou o afastamento de muitos doentes da rotina de controlo da pressão arterial, estima-se, nas palavras de Luís Bronze, que “o seguimento dos doentes tenha sido reduzido em cerca de 20%. É preciso recuperar essas rotinas e esses doentes”.
A presidente-eleita da SPH, Rosa de Pinho dará continuidade ao este desígnio, implementando a “Missão 70/26”. A especialista de Medicina Geral e Familiar recorda que: “conhecida como a “pandemia silenciosa”, a HTA, segundo o estudo PHYSA1, afeta cerca de 42% da população portuguesa e estima-se que mais de 25% dos doentes desconheça que sofre desta patologia crónica. Não tem sintomas e está ligada a doenças cardiovasculares graves, nomeadamente aos Acidentes Vasculares Cerebrais, que surgem sem aviso prévio, com taxas de mortalidade ou incapacidade elevadas”.
De acordo com Rosa de Pinho, a Iniciativa Nacional pretende envolver e sensibilizar a comunidade portuguesa, “consciencializando a população para a importância de medir regularmente a pressão arterial, de aderir à terapêutica e de consultar o médico periodicamente para vigilância da doença”.
A “Missão 70/26 foi apresentada aos especialistas participantes no decorrido 17º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, em fevereiro.