Carlos Cortes toma hoje, 15 de março, posse como bastonário da Ordem dos Médicos (OE), tendo já prometido que será “intransigente com quaisquer ingerências externas” e ameaças à sua independência. Para o novo bastonário, “a melhoria dos cuidados de saúde faz-se em equipa, juntando as pessoas”.
A 16 de fevereiro, o médico Patologista Clínico foi eleito bastonário com 61,94% dos votos, num total de 11.176 votos, na segunda volta das eleições disputadas com o médico Rui Nunes, que obteve 6.867 votos.
No dia em que foi eleito, Carlos Cortes assegurou que o seu mandato será dedicado aos médicos e aos doentes. “Neste momento difícil que atravessamos, exigirei que o papel central dos Médicos no sistema de Saúde seja reconhecido e valorizado, sem exceções. Serei um bastonário de intervenção no setor - e, nomeadamente, no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Serei a voz de todos os médicos pela dignificação da profissão, pela melhoria das suas condições de trabalho, pela valorização e segurança do Ato Médico e pela qualidade da prestação dos cuidados de saúde em Portugal”, afirmou na altura.
"Juntos pela Saúde" foi o lema da candidatura de Carlos Cortes, que foi presidente da Secção Regional do Centro da OE no anterior mandato, na qual se propunha a liderar uma ordem "autónoma, independente e sempre interventiva, que não seja complacente ou submissa" e garantia que será um bastonário "aglutinador e de proximidade".
O novo bastonário defendeu na sua candidatura ser “fundamental a defesa da autonomia e independência da OE”. “É um papel intransigente, pois é necessário acautelar possíveis intromissões dos vários poderes, e do poder político em particular”, afirmou, salientando que “a Medicina não joga com individualismos, exclusivismos ou qualquer tipo de intolerância de grupo”.
“O exemplo desta pandemia foi paradigmático. Resolvemos, juntos”, disse o novo bastonário que toma hoje posse numa cerimónia no Pátio da Galé, em Lisboa, que conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Eleito para o triénio 2023/2025, Carlos Cortes substitui no cargo o médico urologista Miguel Guimarães, que esteve seis anos à frente da OE, cumprindo dois mandatos.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.