A CUF Academic and Research Medical Center promove, no próximo dia 30 de novembro, o evento Cirurgia Maxilo-Facial - Abordagem Multidisciplinar, destinado a profissionais de saúde. O Jornal Médico falou com o coordenador da reunião, Raul Duarte, para avaliar as expetativas e objetivos do evento, assim como a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento das patologias.
JORNAL MÉDICO (JM) |Qual a importância deste evento para a comunidade médica?
RAUL DUARTE (RD) | Este evento é tão importante quanto a necessidade de encaminhamento dos doentes do foro desta especialidade.
Dando a conhecer o seu âmbito, que por vezes se pode confundir nas mais diversas patologias que engloba, torna-se mais focada a referenciação dos clínicos que na maior parte das vezes observam o paciente pela primeira vez.
JM | Uma abordagem multidisciplinar é essencial no tratamento das alterações que ocorrem nas estruturas da face, da cavidade oral e da região cervical?
RD | Uma abordagem multidisciplinar é fundamental no tratamento de toda a patologia, que passando pela traumatologia facial, cirurgia ortognática, até à patologia oncológica da área de cabeça e pescoço, necessita da colaboração de várias especialidades médicas e técnicos especializados em áreas múltiplas.
No caso da cirurgia ortognática, por exemplo, a ligação à ortodontia por necessidade de uso de aparelhos de correção pelos pacientes é efetuada pelo médico dentista.
Na apneia do sono, a colaboração entre otorrinos, cirurgiões maxilo-faciais, pneumologistas, dentistas, por exemplo, é necessária.
No caso da cirurgia oncológica de cabeça e pescoço, a relação que existe com a oncologia médica, quer no planeamento, quer para tratamentos, adjuvantes ou não de quimioterapia e radioterapia, é complementada com a imagiologia, anatomia patológica e ainda pela psicologia /psicoterapia, terapia da fala, fisioterapia, terapia da dor, entre outros.
A CUF Instituto de Oncologia promove esta interação interdisciplinar num grande grupo de desenvolvimento diagnóstico e terapêutico do qual fazemos parte, e por onde passam todos os casos do foro oncológico. Este trabalho conjunto permite que sejam tomadas decisões mais seguras.
JM | Quais serão os principais temas em discussão neste evento?
RD | Os temas a abordar neste evento serão no âmbito da especialidade, ou seja, o que é a cirurgia maxilo-facial, a cirurgia e o tratamento da patologia das glândulas salivares, a traumatologia da face, a cirurgia e o tratamento da patologia da ATM, o papel da cirurgia maxilo-facial na apneia do sono e a cirurgia dos tumores da cabeça e do pescoço.
JM | Quais os atuais desafios e desenvolvimentos neste campo?
RD | Os desafios passam por garantir que sejam seguidas as boas práticas e que se explore, sempre que for pertinente, a possível abordagem cirúrgica endoscópica e robótica.
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O início da segunda década deste século, foram anos de testagem. Prova intensa, e avassaladora aos serviços de saúde e aos seus profissionais, determinada pelo contexto pandémico. As fragilidades do sistema de saúde revelaram-se de modo mais acentuado, mas por outro lado, deu a conhecer o nível de capacidade de resposta, nomeadamente dos seus profissionais.