O INEM encaminhou, em média, 13 casos por dia de Acidente Vascular Cerebral (AVC) para a Via Verde do AVC, com um total de 3.982 casos registados e encaminhados para os hospitais desde o início do ano até ontem.
O Hospital de Bragança está sem Tomografia Axial Computorizada (TAC), pelo menos, até 21 de setembro, o que impede a realização de exames de imagem na principal Urgência do Nordeste Transmontano em casos graves como as vítimas de AVC.
Assinala-se a 31 de março o Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral (AVC): alertar a população para os sintomas do AVC e procedimentos a tomar é o objetivo principal deste dia. Precisamente por esse motivo, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) aconselha a utilização do Número Europeu de Emergência – 112, nos casos em que os sinais e sintomas do AVC estejam presentes.
O programa Via Verde AVC, coordenado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que agrega mais sete hospitais da região Centro, já permitiu a orientação clínica de 438 doentes desde setembro de 2015.
O Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) celebraram hoje um protocolo com vista à implementação da Via Verde AVC, que será operacionalizada através da utilização da Telemedicina.
O presidente do conselho de administração do HDFF, Pedro Beja Afonso, referiu que este é um projecto inovador que “abrirá uma janela de oportunidades para que as duas instituições consolidem a sua articulação”.
“A implementação da Via Verde do AVC no HDFF, com o apoio do CHUC, permite oferecer aos doentes uma oportunidade terapêutica e de recuperação dos défices neurológicos instalados de que actualmente não dispõem”, frisou.
Na sua opinião, cabe aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde “cooperarem entre si, articularem-se e criarem as sinergias necessárias, de modo a rentabilizar os meios disponíveis”, tal como acontece nesta parceria.
O presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes, realçou que “a região Centro é a que tem, a nível nacional, maior experiência em Telemedicina”, iniciada há cerca de 20 anos.
Segundo Martins Nunes, a ligação do CHUC ao HDFF para a Via Verde AVC “é a primeira experiencia a nível nacional”.
“O CHUC participa num projecto inovador de grande alcance e que é mais um contributo para a saúde dos nossos doentes e um reforço da capacidade do Serviço Nacional de Saúde. Com este projecto vamos salvar vidas humanas e diminuir de forma eficaz as consequências nefastas do AVC”, afirmou.
No âmbito do protocolo celebrado, ficam definidos os procedimentos a ter com os doentes encaminhados para a Via Verde AVC no HDFF.
O documento refere, por exemplo, que após a triagem do doente para a Via Verde AVC o médico internista do serviço de Urgência do HDFF tem de contactar o serviço de Neurologia do CHUC pelo telemóvel ou telefone fixo “para alertar que irá ser desencadeada uma teleconsulta” e depois fornece os dados do doente necessários ao registo da consulta de Telemedicina no CHUC.
O Centro Hospitalar do Baixo Vouga regista já uma mortalidade por enfarte de miocárdio inferior à média nacional e no primeiro mês de funcionamento da “Via verde cardíaca” recebeu mais de 1.500 doentes, revelou a administração hospitalar.
Desde o início do ano, os doentes que chegam ao Serviço de Urgências do CHBV com problemas cardíacos são imediatamente retirados do circuito normal, sendo vistos por um cardiologista, já com electrocardiograma realizado no gabinete da triagem.
“Este caminho, mais ágil, simples e expedito, permite minimizar o tempo de actuação em doentes cardíacos, factor absolutamente decisivo para uma intervenção eficaz e para um resultado positivo”, realça a administração hospitalar.
Criada com o objectivo de minimizar os riscos associados a uma intervenção tardia em doentes cardíacos, a Via verde cardíaca ”tem-se revelado de grande utilidade e traduziu-se num maior ganho na prestação de cuidados aos doentes”.
No primeiro mês desde a sua implementação, já beneficiaram da Via verde cardíaca mais de 1.500 pessoas, sendo que as patologias mais frequentemente diagnosticadas foram arritmias e as mais graves enfartes agudos do miocárdio.
“Esta solução, em conjunto com outros procedimentos que têm vindo a ser implementados no Serviço de Urgência, tem como propósito um melhor funcionamento e rentabilização desta área clínica”, justifica a mesma fonte.
Segundo dados avançados pela administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, a taxa de mortalidade intra-hospitalar por Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) é agora de 3,5%, abaixo da média nacional, que se situa nos 3,7%, quando em 2012 era de 9,5%, o que é referenciado pelo Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) da Entidade Reguladora da Saúde.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.