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Data: De 24 a 25 de outubro

Local: Novotel, em Setúbal

A Associação para a Promoção do Conhecimento de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição de Setúbal, promove nos próximos dias 24 e 25 de setembro, o 10º Dia D.E.O.:“ Diabetes, Endocrinologia e Obesidade”, no Novotel, em Setúbal.

Durante os dois dias de trabalhos vão ser abordadas as seguintes temáticas: O Processo de Envelhecimento; Acautelar as Iatrogenias; O Amor e o Sexo: da Biologia à Modelação Social; Cuidar a Diabetes; Disfunção Sexual Masculina; Vitamina D: Realidades e Potencialidades. Perspectivar a Osteoporose; Apresentação e Discussão de Casos Clínicos e o Tecido Adiposo e a Obesidade

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O diretor do Programa Nacional para a Diabetes (PND) defende que as bebidas com elevado teor de açúcar tenham uma referência aos malefícios que provocam, “tal como acontece com o tabaco e devia existir para o sal”.

“No mínimo, estas bebidas deviam ter uma referência para o mal que fazem”, disse José Manuel Boavida à agência Lusa, reclamando ainda o fim da publicidade aos alimentos cuja composição é comprovadamente prejudicial à saúde.

A posição de José Manuel Boavida vai ao encontro das recomendações que a Assembleia da República aprovou recentemente com vista à adoção de medidas de prevenção, controlo e tratamento da diabetes.

Uma destas recomendações é “a aprovação de legislação que desincentive o consumo de refeições, lanches, alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com elevado teor de açúcar, de gorduras saturadas ou de sódio, e sejam principalmente destinados a menores de idade”.

“Não é possível continuarmos a ter refrigerantes com dois litros e com quantidades adicionadas de açúcar”, disse o especialista, que critica ainda a disponibilização de bebidas para crianças, com imagens extremamente coloridas e de super-heróis, bem como a compra fácil de açúcar e açucarados junto às caixas dos supermercados ou nas prateleiras mais visíveis.

Para José Manuel Boavida, “as leis que existem no tabaco e na regulação do tabaco vão ter de se aplicar a alimentos nocivos”.

O diretor do PND sublinha que “o que é importante é realçar que a má alimentação é tão má para a saúde como o álcool, o tabaco ou o sedentarismo”.

José Manuel Boavida não acredita que a resposta esteja na indústria, até porque - sublinha - "esperar que os industriais da alimentação se autorregulem é claramente deixar nas mãos deles uma inércia que se tem vindo a registar nos últimos anos”.

A recomendação da Assembleia da República preconiza a aprovação de legislação que desincentive o consumo de refeições, lanches, alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com elevado teor de açúcar, de gorduras saturadas ou de sódio, e sejam principalmente destinados a menores de idade.

Para tal, deve ser proibida a comercialização destes produtos com a oferta de brindes ou brinquedos, bem como a utilização de personagens e celebridades infantis na sua publicidade.

Deve igualmente ser proibida a publicidade destes produtos nas rádios e televisões, entre as sete e as 22 horas, e a sua venda ou disponibilização em meio escolar.

José Manuel Boavida sublinha a importância desta recomendação da Assembleia da República, recordando que é a segunda que o Parlamento faz, tendo a primeira abrangido a Sida.

Em 2012 morreram 4.867 pessoas em Portugal devido à diabetes. Em 2000 tinham sido 3.133.

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Um estudo desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra revela que a diabetes pode contribuir para a infertilidade masculina, anunciou ontem a Universidade daquela cidade.

“Os níveis elevados de açúcar [no sangue] não têm efeito direto nos espermatozoides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina, evidencia um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores do CNC”, afirma uma nota da Universidade de Coimbra (UC), ontem divulgada.

O elevado nível de açúcar no sangue (a hiperglicemia) “desempenha um papel importante, mas não decisivo, na disfunção do espermatozoide maduro”, sustenta Sandra Amaral, especialista que lidera o estudo.

“Neste sentido, temos conduzido mais investigação, que irá ser publicada brevemente, que sugere que a hiperglicemia influencia mais o processo da formação dos espermatozoides (a espermatogénese), do que os espermatozoides em si”, acrescenta a investigadora do grupo de Biologia da Reprodução e Células Estaminais do CNC.

Para Sandra Amaral “este trabalho constitui um passo importante no esclarecimento dos mecanismos de ação da diabetes no sistema reprodutor masculino, permitindo delinear novas abordagens para estudos futuros”.

A pesquisa realizou-se num sistema in vitro, possibilitando controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozoides são expostos, refere a UC, sublinhando que este estudo é inovador, por “avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática, que não são usualmente avaliados”, mas que “fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular”.

Nas últimas décadas, tem-se assistido a “um notório aumento do número de casos da diabetes em todo o mundo, sendo que, atualmente, ultrapassa já um milhão de casos em Portugal”, que é “um número preocupante” para uma população com a dimensão da portuguesa.

A diabetes constitui uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos e “tem efeitos prejudiciais em quase todos os sistemas de órgãos”, não sendo o sistema reprodutivo uma exceção.

“Apesar de a diabetes ser uma doença multifatorial, existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença”, sustenta Sandra Amaral.

Mas “não excluímos a possibilidade do envolvimento de outros fatores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozoides”, observa a investigadora.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo, que já foi publicado na revista Reproduction, foi desenvolvido, ao longo de vários anos, em colaboração com o serviço de Reprodução Humana do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

O grupo de investigadores envolvidos neste trabalho é constituído, além de Sandra Amaral, por Renata Tavares e por Joana Portela (primeiras autoras), por Paula Mota e por João Ramalho-Santos, que é presidente do CNC.

AJDP

Portugal volta a participar no DiaEuro – 4.º Campeonato Internacional de Futsal para Pessoas com Diabetes, entre 19 e 26 de julho, em Cluj-Napoca, na Roménia. O estágio de preparação da equipa de jovens diabéticos decorreu este fim-de-semana, entre 11 e 12 de julho, em Mértola.

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) e o Núcleo Jovem da APDP (NJA) alistaram, ao longo do ano durante diversos treinos e jogos, 10 jogadores para representarem Portugal no DiaEuro 2015. O estágio de treinos para o campeonato decorreu no Pavilhão Desportivo Municipal de Mértola, sendo que no último dia os atletas jogaram contra a equipa do Benfica de Castro Verde.

Carlos Neves, o presidente da AJDP, refere que “esta participação é fruto de uma caminhada de esforço e dedicação de todos os jovens diabéticos que vão representar Portugal nesta competição internacional“. A equipa portuguesa ficou classificada em 2.º lugar em 2013 e no ano passado desceram para a 4.ª posição. Jonas Venâncio, um dos jogadores, menciona que “o nosso objetivo é não descer do 4.º lugar, mas estamos conscientes que o nível de exigência é bastante elevado”.

O Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes teve início em 2011 e são cada vez mais os países a participar na competição. Após a vitória da Roménia em 2014, este ano as equipas reúnem-se neste país, em Cluj-Napoca.

Este tipo de iniciativas promove a prática da atividade física de todos os jovens, em especial daqueles que têm diabetes. As equipas que participam neste campeonato têm em comum o objetivo de promover estilos de vida saudável, assim como de desmistificar o desporto na diabetes. Alexandra Costa, Coordenadora do Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA) acrescenta ainda que “socialmente, a prática de desportos coletivos como o futsal, contribui para o trabalho em equipa e estimula a autoconfiança”.

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Um estudo publicado na revista norte-americana Circulation concluiu que os refrigerantes e outras bebidas açucaradas podem estar na origem de até 184 mil mortes anualmente em todo o mundo.

Segundo o estudo, divulgado ontem, estima-se que 133 mil pessoas tenham morrido em todo o mundo devido a diabetes, 45 mil a patologias cardiovasculares e 6.450 a cancros associados ao consumo deste tipo de bebidas.

“Muitos países no mundo apresentam um elevado número de mortes causadas por um único fator dietético – os refrigerantes e outras bebidas açucaradas (...), pelo que reduzir significativamente [o seu consumo] ou eliminá-las da dieta deve ser uma prioridade à escala planetária”, defendeu Dariush Mozaffarian, o principal autor do estudo e decano da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade de Tufts, em Boston (Massachusetts).

As estimativas de consumo foram efetuadas a partir de 62 inquéritos alimentares preenchidos por 611.971 pessoas entre 1980 e 2010 num total de 51 países.

Os investigadores também estimaram as quantidades de açúcar disponíveis, a nível nacional, em 187 países e estabeleceram uma analogia entre a incidência da diabetes, de patologias cardiovasculares e cancro segundo zonas geográficas e as suas populações.

O impacto do consumo de sodas e de outras bebidas açucaradas sobre a mortalidade varia significativamente entre as diferentes populações, oscilando entre uma taxa inferior a 1% entre os japoneses com mais de 65 anos, até 30% entre os mexicanos com menos de 45 anos.

Entre as 20 nações mais populosas, o México teve durante o período do estudo a taxa de mortalidade anual mais elevada, atribuída ao consumo dessas bebidas, com 405 mortes por cada um milhão de adultos, ou seja, 24 mil no cômputo de um ano.

Os Estados Unidos situaram-se em segundo lugar, com 25 mil mortes por ano.

Cerca de 76% das mortes ligadas ao consumo de refrigerantes e de outras bebidas açucaradas ocorreram em países de baixos e médios rendimentos.

No total, a proporção de jovens adultos que sofrem de doenças crónicas como a diabetes, atribuídas ao consumo destas bebidas, mostrou ser maior do que a dos adultos mais velhos.

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A doença hepática afeta 30 por cento dos diabéticos e, em Portugal, faltam especialistas que saibam avaliar as duas patologias como "uma só entidade clínica", indicou o Núcleo de Estudos da Diabetes.

Profissionais de saúde das áreas da hepatologia e da diabetologia vão refletir sobre estas ligações numa primeira reunião nacional sobre "Diabéticos e Fígado", que vai acontecer no próximo sábado, no Hospital de S. Pedro, em Vila Real.

"Há uma falta de consciência de que se está perante uma doença bipolar: existem doentes com doença de fígado que desenvolvem diabetes - muitas vezes associadas a essa própria doença -, e doentes com diabetes que vão desenvolver uma doença hepática secundária à própria diabetes", explicou à Lusa Paulo Subtil, coordenador da Unidade Integrada de Diabetes do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e promotor do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Esta iniciativa, promovida pelo Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai refletir sobre os "maiores riscos para o doente" e "desafios adicionais no tratamento" associados à combinação das duas patologias, informou a SPMI em comunicado.

Nos países desenvolvidos, a cirrose é responsável por 12 por cento das mortes em pessoas com diabetes, pelo que "é essencial criar abordagens terapêuticas adequadas a estes doentes", uma vez que a coexistência destas patologias representa "uma maior limitação dos fármacos disponíveis e interações medicamentosas mais complexas".

"Nós estamos muito pouco atentos a este pormenor, pelo que consideramos sempre as duas doenças separadamente e não a sua unificação numa só entidade clínica, o que levanta alguns problemas a nível do diagnóstico, da orientação e da terapia", referiu Paulo Subtil, acrescentando que "alguns clínicos sentem receio no tratamento destes doentes".

A SPMI considera que a relação entre a diabetes e a doença hepática se encontra "pouco explorada do ponto de vista da investigação" e, uma vez que "a presença de uma das patologias pressupõe o aparecimento da outra em 30 por cento dos casos", quer promover uma maior partilha de conhecimento.

"É importante que os vários especialistas reconheçam esta relação bidirecional entre as duas patologias, compreendendo que este é um grupo específico de doentes, em que o habitual esquema de referenciação por especialidade pode não ser suficiente", indicou o médico, sublinhando que "é essencial uma integração de conhecimentos para prover a melhor solução possível".

Paulo Subtil confessou, ainda, que "o pouco que se sabe prende-se com curiosidades científicas que se vão apanhando e se vão somando (...) [pela mão de] alguns curiosos que, nos últimos anos, têm refletido um bocado sobre estes assuntos".

Neste contexto, o NEDM organizou esta reunião, inédita em Portugal, que vai discutir uma "visão holística do doente, que permite abordar estes casos como um todo, sendo o elo entre as diferentes especialidades".

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Um emplastro de insulina, quadrado e do tamanho de um centavo de dólar americano, poderá substituir as injecções para diabéticos, segundo um estudo publicado ontem na revista científica Proceedings of the National Academy of Science.

O emplastro pode detectar o aumento dos níveis de açúcar no sangue e transferir doses de insulina na corrente sanguínea quando necessário.

O objectivo dos criadores é que o emplastro só precise de ser mudado em certos dias.

Até agora, o emplastro só foi testado em ratos com diabetes tipo 1, mas, segundos os investigadores, os resultados do estudo demonstram grande probabilidade de êxito nos seres humanos.

Os investigadores referem que os efeitos estabilizadores do emplastro podem ser mais duradouros nos humanos por terem mais sensibilidade à insulina do que os ratos.

“Projectámos um emplastro para diabetes que funciona rapidamente e é fácil de usar e feito de material não tóxico e biocompatível”, explicou Zhen Gu, um dos autores do estudo, feito por cientistas de universidades da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

“O sistema pode ser personalizado em função do peso da pessoa diabética e da sua sensibilidade à insulina, mas ainda podemos tornar mais inteligente o emplastro”, acrescentou o investigador.

Para os autores do estudo, as injecções de insulina são um processo “doloroso e impreciso” para as pessoas com diabetes.

“Injectar uma quantidade incorrecta de medicação pode provocar complicações como a cegueira e amputações”, disse John Buse, outro dos investigadores.

Segundo o estudo, a diabetes afecta mais de 387 milhões de pessoas no mundo e o número deve aumentar para 592 milhões em 2035.

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Data: 26 de Junho

Local: Centro Hospitalar e Universitário Coimbra

A 26 de Junho, o Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SEDM) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realiza mais uma sessão da Escola de Diabetes.

As temáticas a ser debatidas na formação são a insulinoterapia e o autocontrologlicémico na diabetes tipo 2.

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Data: 18 a 19 de Junho

Local: Vip Grand Lisboa Hotel

O Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital Curry Cabral realiza a 6.ª edição das suas Jornadas de Endocrinologia e Diabetes.

O encontro decorre no Vip Grand Lisboa Hotel nos dias 18 e 19 de Junho.

Descarregue aqui o cartaz.

Consulte aqui o programa.

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Investigacao_Cobaias

Uma insulina "inteligente" experimental, que actua durante 14 horas, apresentou resultados promissores em ratos e poderá ser testada em pessoas com diabetes tipo 1 dentro de dois anos, indicaram ontem os investigadores.

O produto, designado como Ins-PBA-F e desenvolvido por bioquímicos na Universidade de Utah, Nos Estados Unidos, entra automaticamente em acção quando o nível de açúcar no sangue dispara, de acordo com a investigação publicada nos Procedimentos da Academia Nacional de Ciências.

Testes em ratos com uma forma de diabetes tipo 1 mostraram que uma injecção pode, “repetida e automaticamente, baixar os níveis de açúcar no sangue depois de serem dadas aos ratos quantidades de açúcar comparáveis às que consumiriam às refeições", refere o estudo.

O medicamento imitou com bastante precisão o modo como os organismos de ratos normais reporiam o seu nível de açúcar no sangue para valores equilibrados depois de comer, segundo os investigadores.

O co-autor do estudo, Danny Chou, professor assistente de Bioquímica na Universidade de Utah, considerou tratar-se de "um avanço importante na terapia com insulina”, disse.

“A nossa insulina derivativa parece controlar o açúcar no sangue melhor do que qualquer outra coisa actualmente disponível para tratar doentes com diabetes”, sublinhou.

As pessoas com diabetes tipo 1 têm de controlar constantemente o nível de açúcar no sangue e injectar-se manualmente com insulina quando necessário.

Qualquer erro ou lapso poderá levar a complicações, incluindo problemas cardíacos, cegueira e mesmo morte.

O Ins-PBA-F é uma versão quimicamente modificada de uma hormona naturalmente produzida pelo organismo e difere de outros produtos de ‘insulina inteligente’ em desenvolvimento, que usam uma barreira proteica, como um gel ou um revestimento, que inibe a insulina quando o nível de açúcar é baixo.

Após mais testes de segurança a longo prazo em animais de laboratório, os primeiros testes de segurança em seres humanos poderão começar dentro de dois a cinco anos.

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Um rapaz australiano de quatro anos foi o beneficiário do primeiro pâncreas artificial colocado em todo o mundo e que servirá para melhorar a vida dos diabéticos de todas as idades, noticiou hoje a imprensa local.

A cirurgia realizou-se quarta-feira no hospital Princess Margaret de Peth, capital do estado da Austrália Ocidental, segundo a estação de rádio ABC.

O doente sofre de diabetes de tipo 1 e corria o risco constante de hipoglicémia que pode causar convulsões, coma ou mesmo a morte.

O novo mecanismo, uma espécie de bomba de insulina, consegue prever quando os níveis de açúcar se tornam perigosamente baixos e irá fazer as funções do pâncreas, libertando insulina quando esta é necessária.

O pâncreas artificial é colocado na anca e ligado através de tubos ao interior do organismo.

O dispositivo tem uma vida média de quatro anos e custo cerca de 10 mil dólares (quase 7 mil euros).

A mãe do rapaz disse que a operação terá um impacto importante na vida do filho, que tem que ser constantemente vigiado.

"Oferece uma maior liberdade na alimentação. Tem só quatro anos. Não podemos dizer que não quando uma criança de quatro anos quer mais esparguete ou quando está numa festa de aniversário (...) Também nos permitirá um maior controlo durante a noite (...) Nenhum pai quer ter de se levantar de hora a hora", adiantou a mãe.

O professor Tim Jones, do hospital Princess Margaret, explicou que o dispositivo irá facilitar imenso a vida dos pais dos doentes diabéticos, especialmente durante a noite quando o risco de hipoglicémia é maior.

"A maioria dos pais têm que se levantar duas ou três vezes durante a noite para verificar os níveis de glucose e este mecanismo faz que que se sintam um pouco mais seguros", disse, adiantando que a tecnologia não se limita apenas às crianças.

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O Centro Hospitalar de S. João e os agrupamentos de centros de saúde (ACES) Porto Oriental e de Maia-Valongo estão envolvidos num “projecto pioneiro” para optimizar a gestão de cuidados do doente na região norte, foi hoje anunciado.

O director do Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar de S. João, Davide Carvalho, explicou que este projecto, denominado “Caminhe sempre com os dois pés”, pretende implementar critérios para “uma referenciação directa para a consulta do pé diabético no hospital, com triagem eficaz, proveniente do centro de saúde, com tempos máximos de resposta”.

“Para isso, será necessário apostar na formação prática dos profissionais dos centros de saúde primários, optimizar os recursos existentes e dotar as unidades do ACES de equipamentos necessários à realização da primeira consulta”, acrescentou.

Para a directora executiva do ACES Porto Oriental, Dulce Pinto, este projecto irá “não só melhorar a referenciação directa dos doentes com pé diabético para a consulta do hospital, obtendo uma resposta em tempo útil às situações com maior gravidade e urgência de resposta, como optimizar o seguimento do doente não grave no centro de saúde”.

“No fundo, o desafio é melhorar a gestão de cuidados do doente diabético”, sublinhou.

A longo prazo, a implementação deste projecto tem como metas aumentar a percentagem de doentes referenciados à consulta do pé diabético, bem como incrementar o registo do risco de ulceração do pé e de diabéticos com úlceras activas do pé.

Melhorar a proporção de utentes diabéticos com observação do pé e diminuir custos inerentes aos internamentos relacionados com o pé diabético, além de baixar a incidência de amputações major dos membros inferiores, são outros objectivos de longo prazo.

O projecto “Caminhe sempre com os dois pés” integra-se no programa “Boas Práticas de Governação”, uma iniciativa da farmacêutica Novartis, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. O programa possibilita aos ACES e aos hospitais desenvolver a formação dos seus profissionais ao nível das competências de gestão e implementar projectos considerados relevantes para a comunidade de utentes beneficiando de apoio técnico especializado.

Este ano, o programa tem como tema “Caminhos para a Articulação” e pretende criar as condições para a implementação de projectos de inovação, promovendo o desenvolvimento de boas práticas que fomentem uma maior articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efectivas para o doente.

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O número de doentes portadores de diabetes internados nos Hospitais da Universidade de Coimbra aumentou 40 por cento entre 2007 e 2013, representando o ano passado 11% de todos os doentes em internamento.

Os doentes diabéticos chegam a representar 25% dos internamentos "na unidade de cuidados de AVC [Acidente Vascular Cerebral], nos cuidados intensivos cardíacos e na unidade de urologia e transplantação renal", sublinhou Margarida Bastos, coordenadora do Programa Nacional de Diabetes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Apesar desses dados, a taxa de mortalidade intra-hospitalar de doentes diabéticos no CHUC situa-se nos "7,3%", contrastando com "24% da média nacional", realçou.

Para melhorar os cuidados a portadores de diabetes e para reduzir os internamentos, o CHUC criou uma Escola da Diabetes, que arranca a 28 de Novembro, pretendendo dar formação "pós-graduada a médicos, enfermeiros, psicólogos" e outros profissionais, avançou Francisco Carrilho, director do serviço de endocrinologia do hospital, durante uma conferência de imprensa para assinalar o Dia Mundial da Diabetes, que se comemora a 14 de Novembro.

Também no primeiro trimestre de 2015 será constituída uma "unidade de pé diabético", que é "fundamental para impedir os internamentos", frisou Francisco Carrilho, referindo que a média de internamento para o tratamento desta doença é de 19 dias.

O internamento é longo para "se evitar a amputação", podendo-se gastar "menos dinheiro, caso se actue mais na prevenção", disse.

O pé diabético acaba por influenciar a média de internamento dos doentes diabéticos no CHUC, situada nos 9,9 dias, representando mais 3 dias de internamento que a média geral deste hospital.

Anualmente, o CHUC realiza "três mil consultas de diabete geral, 400 consultas para doentes com bombas de infusão de insulina, 862 consultas de pé diabético e 2.600 consultas de endocrinologia obstétrica", registou Francisco Carrilho salientando que tudo é feito "com uma equipa com 12 elementos".

O presidente do conselho de administração do CHUC recordou o "enorme esforço financeiro" que a doença representa, sendo que para o centro hospitalar, "só o custo de antidiabéticos orais e insulinas ultrapassa 2% da despesa com medicamentos".

"A promoção de estilos de vida saudáveis e correcções alimentares poderão evitar o alastramento desta patologia e por outro lado conter a sua evolução, nos casos de doença instalada", notou.

Segundo um relatório do Observatório Nacional da Diabetes, os custos com a doença representaram em 2013 cerca de 1.500 milhões de euros, correspondendo a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 10% das despesas em saúde.

A prevalência da diabetes em Portugal voltou a aumentar em 2013, com 160 novos casos a surgirem por dia e com a população diabética a representar 25% da mortalidade nos hospitais, revelou o mesmo relatório.

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A doença arterial periférica como consequência da diabetes é responsável por cerca de 1.500 amputações anuais nos hospitais portugueses, uma realidade que preocupa o grupo Lusíadas Saúde e que estará em destaque no seu 1º Congresso Internacional com o objectivo de consciencializar para a importância do diagnóstico precoce da doença, assim como a sua prevenção e tratamento.

“Muitos doentes recorrem ao médico tardiamente, numa altura em que a doença já se encontra numa fase muito avançada em que já não é possível realizar-se os habituais procedimentos endovasculares capazes de evitar a amputação. Nós trabalhamos diariamente no sentido de consciencializar as pessoas para a importância da prevenção da doença e do diagnóstico precoce no sucesso do tratamento, mostrando que é possível evitar a progressão da doença e descartar a amputação”, refere Pereira Albino, Coordenador da Unidade de Cirurgia Vascular do Hospital Lusíadas Lisboa e um dos oradores do congresso.

Os dados publicados no relatório do Observatório Nacional para a Diabetes demonstram a grande morbilidade e mortalidade associada a esta doença com resultados que colocam Portugal no topo da tabela relativamente à taxa de prevalência da doença. O grupo Lusíadas Saúde está atento a esta situação e tem vindo a implementar soluções capazes de evitar e tratar a doença.

A doença arterial periférica está associada a uma obstrução das artérias devido a uma diminuição do fluxo sanguíneo nos membros superiores e principalmente os inferiores. Esta obstrução está relacionada com a acumulação de gorduras e placas de colesterol que acabam por causar um estreitamento gradual das artérias e que dificultam a passagem do sangue e a chegada do oxigénio necessário aos músculos.

O 1º Congresso Internacional Lusíadas Saúde, que vai realizar-se no próximo dia 8 de Novembro, na Alfândega do Porto, vai debater este e outros temas, nas áreas Cardiovascular e de Segurança do Paciente, e contará com a presença do sistema cirúrgico robótico “Da Vinci”. Um robô de quatro braços que é controlado pelo cirurgião através de uma consola. Este equipamento oferece inúmeras vantagens comparativamente à cirurgia aberta e inclusive à laparoscopia, estando associado a uma recuperação mais rápida, menos dolorosa e a menos complicações operatórias. A cirurgia robótica apresenta ainda várias características técnicas que proporcionam um aumento da segurança dos procedimentos. O robô estará disponível para manuseamento de todos os participantes do congresso.

Investigação 1

A cientista Joana Gaspar recebeu ontem, em Bruxelas, o Prémio Europeu da Federação Internacional de Diabetes para jovem investigador, pelo estudo de como, após uma refeição, o organismo é capaz de aumentar a sensibilidade à insulina, anunciou a instituição.

O dinheiro do prémio – dez mil euros – vai ser doado à Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, onde, a par do Centro de Doenças Crónicas da Universidade Nova de Lisboa, a investigadora está a fazer o seu pós-doutoramento.

Joana Gaspar explicou à agência Lusa que a linha de investigação consiste em perceber como é que, após uma refeição, "o organismo é capaz de aumentar a sensibilidade à insulina", hormona responsável pela redução do açúcar no sangue. Segundo a investigadora, o metabolismo da insulina, ao nível do fígado, leva, após a ingestão de alimentos, "à produção de outras moléculas, que podem ou não derivar da degradação da insulina". As moléculas, juntamente com a insulina, vão "actuar nos tecidos periféricos, nomeadamente no músculo, no rim e no coração, e vão aumentar a sensibilidade à insulina, promovendo a captação da glucose e a regulação dos níveis de glucose", defendeu.

A investigação, para a qual são esperados resultados preliminares dentro de um ano, inclui experiências com ratinhos e com pessoas saudáveis que têm irmãos com diabetes tipo2, e por isso em risco de virem a contrair a doença.

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Alexandre Borges

Uma rubrica da autoria de Alexandre Borges

Escritor, cronista, argumentista integrou as equipas responsáveis por Zapping, Equador, 5 para a Meia-noite ou A Rede.
Colaborou com o Rádio Clube Português, o Observador, O Inimigo Público e a revista Atlântico.
Foi editor de cultura de A Capital e crítico de cinema do jornal i.
É Creative Director da LPM.