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A descida do preço dos testes para diabéticos, que o Governo anunciara no ano passado, mas tinha sido suspensa por decisão judicial, vai concretizar-se no próximo domingo, foi hoje publicado em Diário da República.

Esta diminuição de 15 por cento no preço das tiras-teste, seringas, agulhas e lancetas para diabéticos tinha sido anunciada no ano passado pelo Ministério da Saúde, mas o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) anulou esta baixa.

O TCAS considerou, na altura, que o Governo violara “o princípio da boa-fé” ao baixar os preços com a justificação de que uma comissão criada para o efeito não chegou a consenso, quando na realidade a comissão nunca se reuniu, nem os ministérios da Saúde e da Economia nomearam representantes para a integrar. O Ministério da Saúde recorreu entretanto desta decisão do Tribunal.

Hoje, o Diário da República publica a redução do preço das tiras-teste, seringas, agulhas e lancetas para diabéticos, justificando a medida com o “actual contexto socioeconómico”, referindo que os novos valores entram em vigor no domingo.

De acordo com a portaria, os preços máximos dos reagentes (tiras-teste) para determinação de glicose no sangue descem oito cêntimos por unidade: de 0,5829 euros para 0,5002 euros. Os testes para determinar a cetonemia, que custavam 1,70 euros, vão passar a ter como preço máximo os 1,4588 euros, enquanto as tiras para averiguar corpos cetónicos na urina descem de 0,1222 euros para 0,1049 euros. O preço das agulhas e seringas diminui 0,0162 cêntimos, baixando de 0,1145 euros para 0,0983 euros por unidade.

Os valores destes produtos para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos subsistemas públicos de saúde também baixam: para determinação de glicose no sangue de 0,4263 euros para 0,3658, para analisar a cetonemia de 1,53 para 1,3129 euros, para determinar os corpos cetónicos na urina de 0,0894 euros para 0,0767 euros. As agulhas e seringas baixam de 0,0838 euros para 0,0575 euros e as lancetas de 0,0670 para 0,0575 euros.

A comparticipação do SNS mantém-se nos 85% do valor das tiras-teste para pessoas com diabetes e 100 por cento do preço das agulhas, seringas e lancetas.

De acordo com a portaria, as embalagens de produtos fabricados até à entrada em vigor da presente portaria devem ser objecto de remarcação, o que pode acontecer “mediante a sobreposição de etiqueta autocolante à etiqueta original”.

Após 40 dias, não poderão ser colocadas nos distribuidores por grosso, nem nas farmácias, embalagens de produtos sem que as mesmas apresentem, impressa ou aplicada, uma única etiqueta nos termos da legislação em vigor.

Diabetes custou 1% do PIB e 10% da despesa em saúde, em 2013

Em 2013, os custos com a Diabetes em Portugal representaram cerca de 1.500 milhões de euros, correspondendo a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e 10% das despesas em saúde.

De acordo com o relatório “Diabetes: Factos e Números” do Observatório Nacional da Diabetes, no ano passado esta doença representou um custo directo estimado entre 1.250 e 1.500 milhões de euros (valor similar ao do ano anterior).

“Isto representa 0,8%-0,9% do PIB português em 2013 e 8%-9% da Despesa em Saúde em 2013”, sublinha o documento.

Por outro lado, “se considerarmos o custo médio das pessoas com Diabetes, de acordo com os valores apresentados pela Federação Internacional da Diabetes (IDF) em 2013, a doença em Portugal representou um custo de 1.713 milhões de euros”, acrescenta.

Tais valores representaram 1% do PIB português em 2013 e 10% da Despesa em Saúde em 2013.

Quanto ao custo médio das embalagens de medicamentos da Diabetes, mais do que duplicou o seu valor nos últimos dez anos. O crescimento do custo dos medicamentos da Diabetes (mais 263%) tem assumido uma especial relevância face ao crescimento efectivo do consumo, quantificado em número de embalagens vendidas (mais 66%).

Segundo o observatório, os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm encargos diretos de 18 milhões de euros com o consumo de antidiabéticos orais e de insulinas, o que representa 8% dos custos do mercado de ambulatório com estes medicamentos no último ano. Neste sentido, apesar do acréscimo de despesa registado no último ano, o relatório realça o facto de os encargos totais dos utentes com estes medicamentos terem estabilizado nos últimos três anos.

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A prevalência da diabetes em Portugal voltou a aumentar em 2013, com 160 novos casos a surgirem por dia e com a população diabética a representar 25% da mortalidade nos hospitais, revela o relatório anual da diabetes, hoje divulgado.

De acordo com o relatório “Diabetes: Factos e Números”, do Observatório Nacional da Diabetes, a prevalência estimada da doença na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,8 milhões de indivíduos) foi de 13%, ou seja, mais de 1 milhão de portugueses. O observatório salienta que destes mais de um milhão, 44% não está diagnosticado.

Por outro lado, quase metade (40%) da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos já tem diabetes ou pré-diabetes.

O impacto do envelhecimento da população reflectiu-se num aumento de 1,3 pontos percentuais da taxa de prevalência da Diabetes entre 2009 e 2013, o que corresponde a um crescimento na ordem dos 11%, sublinha o relatório.

Mas a situação dos jovens relativamente à doença também não é favorável, já que em 2013 foram detetados 18,2 novos casos de Diabetes tipo 1 por cada 100 mil jovens com idades compreendidas entre os 0-14 anos, valor bastante superior ao registado em 2004.

O documento aponta também a existência de uma diferença estatisticamente significativa na prevalência da Diabetes entre homens (15,6%) e mulheres (10,7%) e um forte aumento da prevalência com a idade: mais de um quarto das pessoas entre os 60-79 anos tem Diabetes.

Existe ainda uma relação directa entre o índice de massa corporal e a diabetes, pois quase todos os diabéticos (90%) apresentam excesso de peso (49,2%) ou obesidade (39,6%). A prevalência da diabetes nas pessoas obesas é cerca de quatro vezes maior do que nas pessoas com um índice de massa corporal normal, sublinha.

Aumentaram também em 2013 os internamentos associados ao pé diabético e o aumento das amputações dos membros inferiores, contrariando a tendência de redução que se vinha a verificar, destaca o observatório. O número de utentes internados por “pé diabético” registou um acréscimo de mais 201 episódios nos últimos dois anos.

Ainda sobre os internamentos em hospitais do SNS, o relatório revela que os casos em que a diabetes é o diagnóstico principal aumentaram nos últimos cinco anos (40%).

Quanto a aspetos positivos, o documento salienta a diminuição da mortalidade intra-hospitalar nas pessoas com Diabetes, quer como diagnóstico principal, quer como diagnóstico associado. Ainda assim, em 2013 uma em cada quatro mortes ocorridas nas unidades do Serviço Nacional de Saúde foi de uma pessoa com diabetes, correspondendo a um total de 11.679 indivíduos.

Há também uma diminuição do número de mortes nos internamentos em que a Diabetes foi o diagnóstico principal (menos 36% na última década) e o aumento (46% nos últimos 10 anos) do número de óbitos nos internamentos com registo de Diabetes como diagnóstico associado.

O relatório destaca ainda como positivo o facto de se ter verificado este ano um aumento de 8,8% do número de utentes com Diabetes registados na Rede de Cuidados de Saúde Primários, correspondendo a um acréscimo de 62 mil utentes, face ao ano anterior. Por outro lado, a Diabetes representa 8% das consultas dos cuidados primários, quando em 2011 representavam seis por cento.

O observatório registou ainda uma diminuição progressiva da duração média dos internamentos associados a complicações da Diabetes: redução superior a 20 mil dias de internamento na última década.

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A utilização atempada do Diagnóstico In Vitro (DIV) no tratamento e detecção de doenças como a diabetes, as infecções nosocomiais e a artrite reumatóide resultará em poupanças de 20 milhões de euros, segundo um estudo que será hoje apresentado.

O estudo “Valor do sector do diagnóstico in vitro em Portugal”, elaborado pela consultora Deloitte para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), avaliou o grau de utilização dos DIV, de exames, como as análises clínicas, e o respectivo impacto na qualidade de vida do doente e na sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No caso das doenças avaliadas – diabetes mellitus tipo 2, infecções nosocomiais e artrite reumatóide –, o estudo concluiu que existe um “benefício económico e social” na introdução da utilização atempada do DIV” no tratamento e diagnóstico destas patologias.

Em relação à diabetes, a investigação apurou que a implementação de um programa de rastreio, numa amostra de cinco por cento da população portuguesa com mais de 40 anos e face à prática clínica actual, resultaria num “benefício financeiro aproximado de um milhão de euros”.

“Este benefício advém de uma redução nas taxas de progressão dos doentes com pré-diabetes para diabetes e dos doentes com diabetes para um estádio com complicações”, lê-se nas conclusões do estudo.

A investigação concluiu ainda que “a implementação de um programa de rastreio na admissão hospitalar, seguido de medidas de prevenção e controlo da infecção/descolonização, possibilita uma redução na transmissão cruzada dentro do hospital, conduzindo a uma poupança aproximada de sete milhões de euros para o SNS”.

Outro benefício da medida seria a “redução de mais de 91 mil dias de internamento por ano”.

Outro objectivo da análise foi estimar, “na perspectiva da sociedade, o impacto económico de implementar, nos centros de saúde primários a nível nacional, um programa de sensibilização do diagnóstico precoce direccionado aos médicos de Medicina Geral e Familiar”.

Segundo as conclusões do trabalho, “existe um benefício de 19,6 milhões de euros na implementação do programa de diagnóstico de doentes com artrite reumatóide nos cuidados de saúde primários”.

A dez anos, prossegue o estudo, “o Estado poderia beneficiar de uma poupança de 186 milhões de euros advenientes principalmente de uma redução dos custos indirectos (ausência ao trabalho e perda de produtividade)”.

Este estudo será apresentado hoje, durante a conferência sobre “o valor do diagnóstico laboratorial e o seu impacto na qualidade e na sustentabilidade em saúde”, a terceira do ciclo “Saber Investir, Saber Inovar 2014” que a Apifarma tem vindo a realizar.

Silva, Aranda

Em Portugal gastam-se anualmente 1.653 euros para tratar uma pessoa com diabetes, um custo inferior ao de outros países da União Europeia, como França, Reino Unido ou Itália, países com uma prevalência muito inferior. A Revista Portuguesa de Farmacoterapia publica hoje uma análise de evidência intitulada “A Diabetes em Portugal: um contributo para uma melhor compreensão da realidade portuguesa”, que coloca em perspectiva os gastos com a doença em Portugal e a evolução na qualidade do tratamento da pessoa com diabetes.

“Os custos totais da diabetes são elevados ascendendo a 960 milhões de euros por ano na população diagnosticada. Mesmo considerando que Portugal é dos países da Europa com maior prevalência da diabetes, o gasto médio por doente diabético no nosso país é muito inferior ao gasto médio nos restantes países da União Europeia (UE)”, explica José Aranda da Silva, director da Revista.

O consumo de antidiabéticos orais aumentou significativamente ao longo dos últimos anos em toda a Europa, no entanto esse crescimento é menos acentuado em Portugal, estando em linha com a média dos 15 países da UE. Nos últimos anos registaram-se melhorias significativas no seguimento dos doentes em Portugal, facto que este estudo vem agora evidenciar. Cerca de 81 por cento das pessoas com diabetes seguidas nos cuidados de saúde primários têm registo de consulta, 80 por cento registo de pedido de HbA1c, 58 por cento com registo de observação do pé e há dois anos foram realizadas mais de 100.000 retinografias a nível nacional.

“O número de internamentos por descompensação e/ou complicações está estável sendo metade do que seria expectável para um país com a nossa prevalência da diabetes. A taxa actual de hospitalizações em Portugal também teve uma redução significativa, cerca de 8,4 por cento, colocando Portugal entre os países da Europa com taxa mais baixa. Existe, por isso, um melhor controlo e um melhor acompanhamento da pessoa com diabetes” acrescenta José Aranda da Silva.

João Nabais, Presidente da International Diabetes Federation, European Region, que assina o prefácio deste estudo, refere que “esta publicação, o conhecimento e divulgação destes dados é fundamental para avaliar a situação actual e perspectivar o que pode ser feito para mudar a diabetes em Portugal pois fornecem-nos boas indicações sobre o que podemos e devemos fazer”. E aponta caminhos a seguir, “é urgente implementar medidas eficazes de prevenção na diabetes, quer seja prevenção primária quer secundária. O estado actual da ciência coloca à nossa disposição um conjunto de soluções que urge colocar em prática para prevenir ou retardar o surgimento da diabetes e também prevenir o surgimento das complicações associadas ao mau controlo da doença, determinantes nos custos pessoais e económicos da diabetes”, conclui.

A população diabética portuguesa caracteriza-se por uma elevada percentagem de doentes idosos, com excesso de peso e um elevado nível de iliteracia. Mais de 56 por cento dos doentes com diabetes tem 60 ou mais anos, 90 por cento tem excesso de peso e 30 por cento não sabe escrever nem ler. As características da população podem influenciar a forma como se aborda o tratamento e quais as opções terapêuticas mais adequadas para controlar a doença.

Em Portugal existem actualmente mais de 1 milhão de pessoas com diabetes. Estima-se que em 2035 a prevalência desta doença crónica atinja os 15,8 por cento, cerca de 1,2 milhões de pessoas.

Os dados completos de evidência sobre a diabetes publicados hoje, estarão em debate no VII Fórum Diabetes, uma iniciativa da Novartis, que vai decorrer no próximo dia 11 de Outubro, pelas 15 horas, no Taguspark, em Lisboa.

Mouth checkup
A Ordem dos dentistas alerta para o impacto da diabetes na saúde oral, lembrando que o número de diabéticos está a aumentar exponencialmente, e sublinha a necessidade de campanhas de prevenção e alargamento do cheque dentista a estes doentes.

A propósito do Dia Europeu da Saúde Oral que se assinala hoje e que é dedicado à diabetes, a Ordem dos Médicos Dentistas lembra que esta é uma das doenças com maior impacto na saúde oral e que o número de diabéticos tem vindo a crescer exponencialmente em toda a Europa, incluindo em Portugal, onde a taxa de incidência se aproxima dos 13%.

No caso dos diabéticos o risco de infecção oral é maior do que na restante população, nomeadamente de doenças como gengivite, periodontite, cárie, problemas nas glândulas salivares ou de sensibilidade.

Em Portugal, os dados da Direcção-geral da Saúde apontam para a existência de quase um milhão e 300 mil pessoas com diabetes, sendo que apenas 7% dos casos estão diagnosticados.

O presidente da Comissão Científica da Ordem dos Médicos Dentistas, Ricardo Faria e Almeida, explica que “os diabéticos são um grupo de risco adicional para várias patologias incluindo as doenças orais, nomeadamente na gengiva e no osso, mas são ainda poucos os que têm conhecimento da forte ligação entre a diabetes e a saúde oral e do perigo que representa quando não há acompanhamento”.

O responsável lembra ter sido já sugerido o alargamento do Programa Cheque-Dentista aos doentes com diabetes, uma vez que “os resultados deste programa mostram que tem sido um factor decisivo na diminuição de problemas orais na população abrangida, maioritariamente através de acções de prevenção”.

Ricardo Faria e Almeida considera que a aposta na prevenção traz “ganhos enormes” para a saúde dos doentes e para as contas do Estado, que “pelos dados disponibilizados pelo Infarmed, só no ano passado, gastou 210 milhões de euros com a diabetes, um aumento de 400% em apenas 13 anos”.

Associando-se à celebração deste dia, a Direcção da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo demonstrou interesse em “unir-se com a Ordem dos Médicos Dentistas neste projecto para a prevenção e tratamento das complicações orais da diabetes mellitus”, afirma o responsável.

Esta parceria permitirá a criação de sinergismos em campanhas para a prevenção e tratamento das complicações de uma das doenças mais prevalentes dos tempos actuais”, destaca.

Dinheiro & saúde - 03

O Serviço Nacional de Saúde gastou em média no ano passado 575 mil euros por dia em medicamentos para a diabetes, com os encargos a aumentarem cerca de 400% nos últimos 13 anos.

Segundo um estudo da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), em 2013 a despesa do Estado com estes fármacos atingiu os 210 milhões de euros, quase um quinto do total dos medicamentos em ambulatório.

O trabalho, que será publicado no próximo boletim da instituição, defende que a despesa com os medicamentos para a diabetes “aumentou significativamente”, concluindo ainda que deve ser promovida “uma utilização mais racional” destes medicamentos, que traria “importantes ganhos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Na última década, 2013 foi o ano com mais gastos, atingindo-se 210 milhões de euros, o que significa uma média de 575 mil euros por dia despendidos com fármacos para diabéticos.

Contudo, o crescimento dos gastos foi bastante superior ao aumento da utilização dos medicamentos, “o que significa que se começaram a utilizar alternativas de tratamento mais dispendiosas”.

No período de 2000 a 2006, o peso destes medicamentos rondava 5%, enquanto atualmente se situa nos 18% do total dos encargos do SNS em ambulatório.

Apesar de entre 2000 e 2013 ter duplicado o consumo de remédios para controlar a diabetes, o aumento da despesa foi bastante superior.

Acresce, segundo as autoras do estudo, que “os resultados em saúde ainda não apresentam igual tendência”: Portugal tem das taxas mais elevadas de prevalência da doença e deu-se um aumento dos reinternamentos ou das amputações de membros inferiores.

O estudo comparou o tipo de utilização de medicamentos em Portugal com outros sete países europeus: Inglaterra, Dinamarca, Holanda, Espanha, Alemanha, Itália e França.

Portugal é o país que apresenta menor proporção de recurso às insulinas e maior proporção de uso de uma classe de fármacos denominada ‘inibidores da DPP-4’.

Além disso, Portugal é o país que menor utilização faz do fármaco que é considerado o de primeira linha no tratamento da diabetes tipo 2.

“Se Portugal apresentasse um padrão de utilização mais similar ao dos outros países analisados (…), o SNS poderia obter poupanças ao nível dos medicamentos para o controlo da diabetes que poderiam ser alocadas à prevenção desta patologia”, referem as investigadoras do Infarmed.

As poupanças médias potenciais alcançariam os 34 milhões de euros e poderiam chegar aos 75 milhões caso fosse adoptado o padrão de consumo de Inglaterra.

 

Investigação em cobaias

A diminuição dos níveis de uma enzima pode ajudar nos tratamentos contra a obesidade e a diabetes tipo 2, conclui um estudo com ratos de laboratório publicado hoje na revista Nature.

A investigação, conduzida por equipas da Escola de Medicina de Harvard e da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, concentrou-se em reduzir a enzima Nicotinamida N-Metiltransferase, que se encontra principalmente no fígado, e em analisar a sua influência na obesidade e na diabetes tipo 2.

A dupla de cientistas Barbara Kahn e Charles Brenner observou que, ao diminuir os níveis da enzima com medicamentos conhecidos como oligonucleótidos antissentido, os ratos de laboratório obesos e diabéticos ficaram com menos 47 por cento de massa gorda e ganharam 15 por cento de massa magra, ao mesmo tempo que melhoraram a sua tolerância à glicose.

Segundo a equipa, a redução da enzima Nicotinamida N-Metiltransferase em ratos de laboratório, que a tinham em elevadas concentrações no fígado e no tecido adiposo branco, fez com que os roedores ficassem mais magros quando ingeriam uma dieta com alto teor de gordura e mais protegidos de consequências da obesidade como a intolerância à glicose.

gravida1O Grupo de Estudos da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabetologia apresentou no 11.º Congresso Português de Diabetes, os resultados anuais do seguimento das grávidas com diabetes gestacional e com diabetes prévia à gravidez.

Segundo os dados recolhidos em hospitais e maternidades portuguesas, agregados no Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes, em 2012 a prevalência da Diabetes Gestacional em Portugal Continental foi de 4,8 % da população parturiente que utilizou o Serviço Nacional de Saúde durante esse ano (um total de 3.482 casos), valor semelhante ao registado no ano transacto.

“De acordo com o Observatório Nacional da Diabetes, e fruto de uma participação crescente dos colegas dos diferentes hospitais e maternidades do país, os dados relativos às grávidas com diabetes gestacional ultrapassaram os 2.700 casos (para 3.482 partos registados pelo Observatório), o que nos permitirá caracterizar estas mulheres e os seus filhos numa proporção muito próxima dos 80 % de todas as grávidas com diabetes gestacional, com parto ocorrido em 2012”, refere Jorge Dores, endocrinologista do Centro Hospitalar do Porto, Coordenador do Grupo de Estudos da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e membro da Comissão Organizadora do 11.º Congresso Português de Diabetes.

Segundo análise dos referidos dados, a idade média materna foi de 32,8 anos, sendo que 28,3 % eram obesas antes da gravidez, o aumento médio de peso na gestação foi de 10,1 kg e 40 % necessitou de insulina como terapêutica complementar ao plano alimentar prescrito. Os partos decorreram em média às 38,3 semanas de gestação, sendo que 36,2 % ocorreram por cesariana e 4,6 % dos filhos nasceram com um peso superior a 4 kg, um dos indicadores de controlo inadequado durante a gravidez.

A análise destes dados, comparando com os registos dos últimos 10 anos, vai possibilitar que adoptemos medidas de aperfeiçoamento de atitudes e de procedimentos que permitam melhorar ainda mais os resultados obtidos e que são já semelhantes aos verificados nos dados internacionais", conclui Jorge Dores.

Cortes na prevenção da diabetes podem sair caros a médio prazo

A prevenção continua a ser a palavra-chave quando se fala de diabetes. A afirmação é do vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e foi feita no 11.º Congresso Português de Diabetes.

Em Vilamoura, onde decorreu o evento, Rui Duarte, alertou para o facto de cerca de 60 por cento dos gastos com a saúde dos diabéticos em Portugal estarem relacionados com o tratamento de complicações e, “quanto menos as pessoas são vigiadas e têm acesso aos cuidados de saúde, mais complicações vão aparecer”.

Sobre os gastos com o tratamento dessas “complicações”, Rui Duarte disse: “São muitos euros, muito mais que aqueles que se gastariam naquilo que é simples, ou seja, na prevenção que passa pelo bom tratamento e o bom tratamento passa pelos medicamentos e pela acessibilidade aos meios de diagnóstico, mas esses são mais visíveis no orçamento de direcção e mais fáceis de cortar”.

“Acho que a médio prazo poderemos vir a pagar por isso, porque, se as complicações aumentarem, não serve de nada poupar nos custos directos com a medicação, porque vão aumentar os custos com as complicações”, prosseguiu.

Numa edição do Congresso da SPD que dedica uma atenção particular à individualização da terapêutica, Rui Duarte salientou que “não há uma terapêutica que seja boa para todos os diabéticos, mas há terapêuticas que se adequam mais a uns que a outros”, explicou, acrescentando que a diabetes é cada vez menos encarada como uma doença isolada e deve ser encarada de modo diferente, consoante cada doente.

 

diabetes - tirasO Ministério da Saúde vai recorrer da decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) que anula a baixa de preço das tiras-teste, agulhas, seringas e lancetas para diabéticos, determinada pelo Governo no ano passado.

O TCAS considerou que a redução em 15% do preço das tiras-teste, seringas, agulhas e lancetas para diabéticos por decisão do Ministério da Saúde é ilegal, noticia hoje o Público, que teve acesso ao acórdão.

Segundo o jornal, os juízes dizem que o Governo “violou o princípio da boa-fé” ao baixar os preços, com a justificação de que a comissão criada para o efeito não chegou a consenso, quando na realidade a comissão nunca se reuniu, nem os ministérios da Saúde e da Economia nomearam representantes para a integrar.

Confrontado com esta decisão, o Ministério da Saúde lembra que o acórdão do TCA Sul “ainda não transitou em julgado”, mas garante que irá “interpor recurso para o Supremo Tribunal Administrativo”, no prazo legalmente estabelecido para o efeito.

No entanto, como o recurso a interpor não tem efeito suspensivo, a tutela diz que vai proceder à execução do Acórdão do TCA Sul, “ainda que provisória e transitoriamente”.

Simultaneamente, vai designar representantes para a comissão, o mesmo sucedendo com o Ministério da Economia.

O Ministério da Saúde estima que o prejuízo para o interesse público seja de cerca de 47 milhões de euros, devido ao “impedimento de significativas poupanças para o cidadão e para o orçamento do Serviço Nacional de Saúde”.

A Lusa contactou também a Apifarma, para saber das providências que pretende tomar na sequência da decisão judicial, nomeadamente saber se pretende voltar a subir os preços para os anteriormente praticados, mas a indústria escusou-se a comentar, remetendo uma decisão para mais tarde.

 

ErnestoromaO projecto “Oficina da Diabetes”, da Fundação Ernesto Roma, é oficialmente lançado a 6 de Fevereiro, às 10h00, no CNAI - Centro Nacional de Apoio ao Imigrante.

Depois de ter sido um dos vencedores do Programa Cidadania Activa, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, a “Oficina da Diabetes” arranca agora para formar mulheres imigrantes, maioritariamente em situação de desemprego, na prestação de cuidados a crianças e idosos com Diabetes. O objectivo principal é promover a integração deste segmento da população na sociedade e no mercado de trabalho através da qualificação nesta área da saúde.

«Queremos alertar e chamar a atenção para a Diabetes na população emigrante que tantas vezes se vê em dificuldades para aceder aos seus direitos. Por isso, vamos dar a estas mulheres ferramentas que possam habilitá-las, através de formação credenciada na área da Diabetes, a uma melhor integração no mercado de trabalho, apoiando crianças e idosos com diabetes», defende o director do Programa Nacional para a Diabetes e presidente da Fundação Ernesto Roma, José Manuel Boavida.

Esta é uma formação abrangente, intensiva e prática no âmbito dos cuidados directos, especializada em diabetes, com o patrocínio científico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e da Direcção-Geral da Saúde (DGS). As suas características e o tipo de população a quem se destina tornam esta oferta formativa inovadora e de grande valor humanitário.

Cada programa de formação tem a duração de doze horas e destina-se a grupos de dez pessoas, estando dividido em quatro módulos: Cuidados à pessoa idosa com diabetes; Cuidados às crianças com diabetes; Práticas culinárias adequadas ao controlo da diabetes; Actividade física para pessoas com diabetes.

«Com o projecto “Oficina da Diabetes”, a Fundação Ernesto Roma pode utilizar as suas competências específicas na área da Diabetes na promoção da inclusão de mulheres imigrantes, fornecendo-lhes uma ferramenta muito completa para a sua integração profissional. Além disso, vai ao encontro de dois dos grandes objectivos da Fundação: contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes e desenvolver programas na área da investigação, formação, assistência e educação terapêutica», acrescenta Joana Oliveira, coordenadora do projecto.

O curso tem lugar na Escola da Diabetes, que conta com salas de formação, uma cozinha dietética e um espaço preparado para a prática de actividade física onde decorrerão os módulos 3 e 4, respectivamente. A equipa de formadores é constituída por um médico, uma dietista/nutricionista, uma enfermeira, um chefe de cozinha e um professor de educação física.

Inserindo-se no domínio da Promoção dos valores democráticos, o Projecto “Oficina da Diabetes” envolve a defesa dos Direitos Humanos, dos direitos das minorias e a luta contra as discriminações.

 

[caption id="attachment_6127" align="alignleft" width="300"]diabetes Estima-se que entre 5% e 10% da população portuguesa tenham doenças de patologia tiroideia e mais de um milhão sofram de diabetes, o que o leva a considerar insuficientes os 200 endocrinologistas existentes em Portugal[/caption]

Cerca de 40% dos diabéticos em Portugal não estão diagnosticados, disse à Lusa o presidente da comissão organizadora do Congresso de Endocrinologia, que começa hoje em Vilamoura, onde vai ser apresentado um fármaco que controla a diabetes e o peso.

Segundo João Jácome de Castro, o diagnóstico tardio da doença pode conduzir a complicações - acidentes vasculares cerebrais, cegueira, insuficiência renal, amputações e enfarte agudo de miocárdio -, razão pela qual é fundamental fazer os rastreios da doença, mesmo sem sintomas desde que estejam presentes os factores de risco.

O especialista referiu que se estima que entre 5% e 10% da população portuguesa tenham doenças de patologia tiroideia e mais de um milhão sofram de diabetes, o que o leva a considerar insuficientes os 200 endocrinologistas existentes em Portugal.

“Para tratarmos mais cedo, temos de diagnosticar, temos de saber que a pessoa tem diabetes e esse é o grande desafio”, observou, defendendo a colaboração entre médicos de clínica geral e familiar e médicos endocrinologistas, para garantir um tratamento uniforme em qualquer ponto do país.

No caso do tratamento da diabetes, o especialista destacou a recente aprovação de um fármaco que permite controlar a diabetes, não provoca hipoglicémia - baixa de açúcar no sangue -, e o peso dos doentes.

“Portugal era o único país da Europa que ainda não tinha este remédio aprovado e comparticipado”, comentou João Jácome de Castro, que acredita trata-se de um medicamento que vai ter um impacto significativo.

Mais de 700 médicos nacionais e estrangeiros deverão participar, entre hoje e domingo num hotel de Vilamoura, no XV Congresso Português de Endocrinologia, que coincide com a 65.ª Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo

[caption id="attachment_5128" align="alignleft" width="300"]Controlar a diabetes Os utilizadores da plataforma podem ainda subscrever online uma Newsletter por forma a receberem regularmente todas as actualizações do portal, notícias e eventos relacionados com a Diabetes e informação actualizada sobre a patologia e todos os aspectos com ela relacionados. Com a MSD Portugal, saiba, conheça e informe-se sobre Diabetes em www.controlaradiabetes.pt[/caption]

Informações sobre Diabetes e as complicações associadas, conselhos sobre como controlar a doença, alimentação, exercício físico e informação útil e credível sobre esta condição são alguns dos aspectos que podem ser consultados na reformulada plataforma online www.controlaradiabetes.pt. Uma ferramenta à distância de um clique para todos as pessoas com diabetes mas também para as todas as outras que diariamente convivem com esta condição: familiares e cuidadores.

No mês em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes (14 de Novembro), o portal www.controlaradiabetes.pt surge completamente reformulado por forma a responder às crescentes necessidades de informação na área da Diabetes, doença que afecta já mais de um milhão de portugueses e 371 milhões de pessoas em todo o mundo.

Doentes, familiares e cuidadores podem assim aceder aos mais diversos conteúdos informativos e educacionais sobre Diabetes e esclarecer dúvidas e questões sobre a doença ou encontrar conselhos sobre como gerir o dia-a-dia da pessoa com Diabetes no que respeita à alimentação, exercício físico, controlo da doença, complicações associadas (hipoglicemias, hiperglicemias, pé diabético, etc...) ou muitos outros relacionados com a patologia.

Os utilizadores da plataforma podem ainda subscrever online uma Newsletter por forma a receberem regularmente todas as actualizações do portal, notícias e eventos relacionados com a Diabetes e informação actualizada sobre a patologia e todos os aspectos com ela relacionados.

Com a MSD Portugal, saiba, conheça e informe-se sobre Diabetes em www.controlaradiabetes.pt

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Alexandre Borges

Uma rubrica da autoria de Alexandre Borges

Escritor, cronista, argumentista integrou as equipas responsáveis por Zapping, Equador, 5 para a Meia-noite ou A Rede.
Colaborou com o Rádio Clube Português, o Observador, O Inimigo Público e a revista Atlântico.
Foi editor de cultura de A Capital e crítico de cinema do jornal i.
É Creative Director da LPM.