Portugal
Portugal, representado pelo consórcio Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e Universidade de Coimbra (UC), foi ontem (11 de outubro) admitido na Aliança M8 – o G8 da Saúde -, disse fonte da candidatura à agência Lusa.

A candidatura de Portugal, que foi aceite por unanimidade e que tinha sido muito bem recebida pelos decisores a 16 de julho, aquando de uma visita à Alemanha de uma comitiva lusa e do ministro da Saúde português, Paulo Macedo, viu agora ser concluído todo o processo, no decorrer da Assembleia-Geral da Cimeira Mundial de Saúde, que se realiza em Berlim.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global e tinha até hoje 17 membros de 13 países diferentes.

Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

Esta rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, um fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

A Cimeira Mundial de Saúde é a conferência anual da M8 Alliance de Centros Médicos de Saúde Académicos, Universidades e Academias Nacionais.

É organizada em colaboração com autoridades nacionais, academias de ciências em mais de 67 países e está sob o patrocínio do governo alemão.

A comitiva portuguesa é constituída por Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do CHUC, João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, Manuel J. Antunes, diretor do centro de cirurgia cardiotorácica do CHUC, Diana Breda, diretora do departamento de internacionalização do CHUC, Luis Fareleiro, consultor para a internacionalização e desenvolvimento internacional do CHUC, Alexandre Lourenço, coordenador da rede de referenciação do CHUC e das candidaturas horizonte 2020, e João Redondo, coordenador de programas de saúde mental e psiquiatria do CHUC.

A candidatura de Portugal, via Coimbra, foi organizada durante mais de um ano e submetida em julho, em Berlim, ao presidente da aliança, Detlev Ganten.

A proposta lusa contou com o patrocínio do Brasil e da Academia Portuguesa de Medicina e com o apoio do Charité, hospital universitário e universidade berlinense, e do ex-presidente da União Europeia Durão Barroso.

Uma escala para os projetos de investigação nacionais

A entrada de Portugal na Aliança M8, o G8 da Saúde, pode dar “escala aos projetos de investigação e inovação nacionais, contribuindo decisivamente para uma economia de saúde mais competitiva”, defendeu ontem o Governo.

“Ao fazer parte desta associação, onde têm assento as maiores academias do mundo e onde se gera pensamento em torno dos grandes temas e tendências deste setor, Portugal passa a participar em mais um importante fórum de debate e pensamento estratégico em torno da saúde mundial”, defendeu o ministro da Saúde, Paulo Macedo.

O governante sublinhou que Portugal pode, agora, contribuir com todo o seu saber em áreas específicas e de diferenciação num Fórum de excelência científica e pode dar escala aos projetos de investigação e inovação nacionais, contribuindo decisivamente para uma economia de saúde mais competitiva”.

“Através do consórcio da Universidade de Coimbra e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal torna-se o 14.º país a integrar este fórum restrito. Realço o facto de a Assembleia Geral do M8 Alliance ter votado por unanimidade a admissão da candidatura de Coimbra. O M8 Alliance reúne 17 das mais prestigiadas universidades e centros hospitalares e académicos do mundo e é o mais importante patrocinador da Conferência Mundial de Saúde, que se realiza anualmente”, referiu ainda.

Paulo Macedo acrescentou que a admissão de Portugal é “um momento de excecional significado para a medicina portuguesa, pois representa o reconhecimento internacional de duas instituições seculares e altamente prestigiadas. Este passo da internacionalização de uma das unidades de excelência na área da saúde ocorre na mesma semana em que Portugal designou os seus primeiros centros de referência com critérios europeus. Estas realizações vêm evidenciar a vitalidade e a qualidade do SNS dos nossos dias”, concluiu.

Aliança M8 coloca Portugal no contexto internacional do setor

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e a Universidade de Coimbra (UC) consideraram que a entrada do consórcio entre estas duas instituições na Aliança M8 – o G8 da Saúde -, posiciona Portugal no contexto internacional do setor.

Numa declaração à agência Lusa, Martins Nunes, presidente do conselho de administração do CHUC, disse que este “novo passo na internacionalização da saúde portuguesa, protagonizado pelo consórcio CHUC/UC, insere-se no esforço nacional de posicionar Portugal no contexto internacional, como já ocorre a nível europeu através da rede europeia de centros de referência”.

João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, disse também à Lusa que a “entrada do consórcio CHUC/UC na M8 Alliance resulta do reconhecimento de que em Coimbra se desenvolve uma atividade na área da Saúde com grande relevância internacional, nos cuidados de saúde, no ensino, na investigação e translação para o tecido económico”.

“É uma entrada que beneficia Portugal, pois através de Coimbra todo o país terá acesso a um dos mais importantes fóruns, ligado ao G8, onde a saúde global é discutida e onde são desenhadas muitas das iniciativas que são depois concretizadas em todo o mundo”, disse João Gabriel Silva.

Martins Nunes acrescentou que o consórcio das duas instituições “atingiu hoje um patamar relevante e histórico no seu posicionamento internacional, ao ver aceite por unanimidade a candidatura à mais exclusiva organização de centros universitários mundial: a M8 Alliance”.

“O CHUC é o único hospital português integrado nesta organização inovadora, resultante da iniciativa política dos líderes do G8. Esta consagração mundial traduz o elevado nível de diferenciação e o grande esforço e dedicação dos seus profissionais nas tarefas assistenciais, de ensino e de investigação - agora reconhecidos pela integração do consórcio CHUC/UC na M8 Alliance".

Lusa/Jornal Médico

idosas
Portugal é o terceiro pior país da Europa Ocidental (num ranking de 19 países) a assegurar o bem-estar social e económico das pessoas com 60 ou mais anos de idade, à frente de Malta e Grécia, alcançando a 38.ª posição entre 96 países do mundo.

Os dados constam do Índice Global AgeWatch 2015, que classifica os países de acordo com o bem-estar social e económico das pessoas mais velhas, e que é realizado pela HelpAge, uma rede global que promove os direitos e as necessidades das mulheres e dos homens mais idosos.

Entre os 96 países do mundo avaliados, Portugal aparece em 38.º lugar, ou seja, entre os quarenta melhores e acima do meio da tabela, mas quando a análise é feita tendo em conta os 19 países da Europa Ocidental, Portugal é remetido para a base da tabela, sendo o terceiro pior, só à frente de Malta e da Grécia.

Os primeiros lugares, entre os países da Europa Ocidental, são ocupados pela Suíça, Noruega, Suécia e Alemanha, países que ocupam os mesmos lugares na tabela a nível mundial.

Comparativamente com o Índice de 2014, Portugal cai uma posição, mas olhando para 2013 a queda é de quatro lugares.

Por indicadores, o pior resultado de Portugal é em matéria de capacitação, que inclui o emprego e a educação entre as pessoas mais velhas, em que fica em 83.º lugar, quatro lugares abaixo da 79.ª posição conquistada em 2014.

Para este lugar contribuem as elevadas taxas de desemprego, já que, segundo o relatório, dados recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostram que Portugal tem a terceira taxa de desemprego mais elevada para os trabalhadores com idade entre os 55 e os 64 anos, chegando aos 13,5% em 2014, e só superando a Espanha e a Grécia.

Por outro lado, a taxa de emprego entre os portugueses mais velhos está nos 46,9%, nove pontos percentuais abaixo da média para a região.

Para além da capacitação, o Índice avalia os resultados em matéria de rendimentos, saúde e ambiente favorável e é neste último indicador que Portugal alcança o segundo pior resultado, com um 51.º lugar.

Neste indicador, o relatório refere que a “proliferação” de lares ilegais “está a tornar-se um grave problema em Portugal”, apontando para estimativas que dão conta de que cerca de 20 mil idosos vivem em 3 mil lares ilegais e para um estudo que diz haver mais de 39 mil idosos que vivem sozinhos ou isolados.

Refere também o facto de o Governo ter reduzido as tarifas para os mais idosos nos transportes públicos ou de os idosos portugueses serem frequentemente vítimas de fraudes ou vários tipos de violência.

Em matéria de saúde, Portugal consegue um 23.º lugar e aqui é referido que o setor da saúde continua a ser um pilar forte, que providencia serviços de qualidade e a preços razoáveis, com os quais a maior parte da população conta.

“No entanto, as medidas de austeridade contribuíram para a deterioração (…) e um exemplo está nos doentes oncológicos de zonas rurais isoladas, que são forçados a parar o tratamento por causa dos cortes no orçamento da saúde para os transportes”, refere.

Segundo o Global AgeWatch 2015, aos 60 anos de idade, os portugueses têm a expectativa de viver mais 24 anos, 18 deles com saúde, e 86% das pessoas com mais de 50 anos sente que a sua vida tem sentido.

A melhor posição que Portugal conseguiu foi no indicador Estabilidade no Rendimento, com um 11.ª posição, onde a população idosa portuguesa aparece descrita como tendo sido fortemente afetada pelas medidas de austeridade e como uma taxa de pobreza a rondar os 7,8% apesar de todas as pessoas com mais de 65 anos terem acesso a uma pensão.

No global, a Suíça ocupa o primeiro lugar, enquanto o Afeganistão permanece no último lugar da tabela. Tal como em 2013 e em 2014, os 19 primeiros lugares são ocupados por países industrializados.

Lusa

Dinheiro e Saúde
As despesas de saúde privada em Portugal e na Grécia tiveram o maior crescimento da área da OCDE desde 2009 a 2013, significando já um terço da despesa total em saúde, segundo um relatório hoje divulgado.

As “Estatísticas de Saúde 2015” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostram que a despesa de saúde continuou a tendência decrescente em Portugal, Grécia e Itália no ano 2013.

“A maioria dos países membros da OCDE da União Europeia indicou gastos com a saúde per capita abaixo dos níveis de 2009. Fora da Europa, estas despesas aumentaram a uma taxa de 2,5% ao ano desde 2010”, refere a OCDE.

Três quartos dos gastos com a saúde continuam a ser financiados por fontes públicas nos países da OCDE, “mas as medidas de contenção de custos tomadas por alguns estados levaram a um aumento do consumo privado”, seja através de seguros de saúde ou de pagamentos diretos pela família.

“Na Grécia e em Portugal, a participação das despesas de saúde privada cresceu quatro pontos desde 2009, o que representa o maior aumento na área da OCDE, e significa que um terço da despesa total em saúde foi financiado por fontes privadas em 2013”, refere uma síntese da organização.

A OCDE destaca mesmo que “alguns dos países mais atingidos pela crise tiveram aumentos significativos” nos pagamentos diretos no momento de utilização dos cuidados de saúde (pagamentos out-of-pocket).

Como exemplos surgem Portugal e a Grécia, que entre 2009 e 2013 viram as despesas de saúde privada aumentarem, respetivamente, para 28% e 31% do total.

Sobre os gastos gerais com saúde per capita, Grécia, Itália e Portugal são os países apontados como tendo quedas consecutivas nos últimos anos.

Na Grécia, a queda de 2,5% em termos reais em 2013 significou a quarta baixa consecutiva nas despesas de saúde, deixando os níveis per capita a cerca de 75% dos de 2009.

Já em Portugal e em Itália, os gastos com saúde decresceram por três anos consecutivos.

Em Portugal a despesa com saúde diminuiu 4,8% em 2010/2011, reduziu 5,8% em 2011/2012 e voltou a decrescer 3,7% em 2012/2013.

No global, dos 34 países que integram a OCDE, os gastos com saúde tiveram um aumento real de um por cento em 2013, acima dos 0,7% que tinham sido registados em 2012. Contudo, a organização salienta que as taxas de crescimento em 2013 se mantiveram bem abaixo dos níveis pré-crise: entre 2000 e 2009 o crescimento médio das despesas de saúde tinha atingido os 3,8%.

conceitos_doençasrespiratorias
Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde criaram a Associação Respiratória de Língua Portuguesa, que é apresentada hoje em Lisboa e pretende promover a partilha de conhecimentos e experiência entre os países lusófonos na área das doenças respiratórias.

Liderada pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a associação pretende estabelecer relações multilaterais com outras sociedades científicas, tendo por base a criação de parcerias, a partilha de conhecimentos e experiências, assim como a promoção da língua portuguesa enquanto elemento de intercâmbio científico nos países lusófonos.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da SPP, Carlos Robalo Cordeiro, explicou que, destes cinco países, apenas Portugal e o Brasil têm sociedade científicas de pneumologia formalmente constituídas.

“A sociedade angolana de pneumologia está a ser constituída”, mas Moçambique e Cabo Verde não têm, sendo, por isso, também objetivo da Associação Respiratória de Língua Portuguesa (ARELP) dinamizar a criação de associações e sociedades científicas na área respiratória nos países onde não existem, adiantou.

“O que se pretende é criar parcerias a diversos níveis”, desde parcerias clínicas, investigação na área das doenças respiratórias e um maior apoio à formação nos países em desenvolvimento em áreas da patologia respiratória deficitárias, sublinhou.

O apoio à formação pode ser feito através da realização de ações locais, mas também através da promoção de estágios de formação específica nos “países com mais dificuldades ou com défices particulares”, explicou o pneumologista.

Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde são os primeiros signatários da Associação Respiratória de Língua Portuguesa, à qual se prevê que se venham a associar Timor e Macau.

medicamentos

A Cooperativa dos Proprietários de Farmácia – Cooprofar anunciou hoje o lançamento de uma campanha com o objectivo de combater “um dos maiores flagelos de saúde pública da sociedade global da actualidade”: a venda de medicamentos ilegais.

Com o lema “A compra de medicamentos on-line  pode matar. Quer arriscar?”, esta campanha, que vai ser divulgada nas farmácias, pretende “alertar as pessoas para os elevados perigos para a sua saúde e incentivar a compra de medicamentos nas farmácias”.

Em comunicado, a Cooprofar esclarece que a campanha dá um enfoque à venda de medicamentos pela Internet, uma vez que é “um veículo facilitador de comércio à escala global, mas que muitas vezes é difícil de controlar pelas autoridades, pelo que a consciencialização das pessoas é muito importante”.

“Estes medicamentos são produzidos em laboratórios clandestinos, por organizações criminosas e muitas vezes fabricados graças à exploração laboral. Não são alvo de qualquer controlo por parte das entidades reguladoras, não oferecendo por isso qualquer garantia de qualidade ou segurança a quem os consome”, acrescenta.

Dados disponibilizados pela Cooperativa dos Proprietários de Farmácia referem que, em 2014, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde (Infarmed) emitiu 5.731 pareceres relativamente a medicamentos ilegais, resultando na apreensão de 23.834 embalagens, correspondentes a 476.829 unidades possivelmente medicamentosas.

Os principais medicamentos detectados correspondem aos utilizados para tratamento da disfunção eréctil (30%), com efeito no aparelho cardiovascular (9%), com acção analgésica e/ou antipirética (9%) e psicofármacos/medicamentos com acção no Sistema Nervoso Central (7%).

Segundo dados oficiais, em 2013, a União Europeia apreendeu 3.690.786 medicamentos ilegais, o que corresponde a um valor de 11.974.020 euros

Nesta quinta-feira, uma operação policial contra o tráfico de medicamentos na Internet permitiu apreender 20,7 milhões de fármacos falsificados ou ilegais, no valor aproximado de 81 milhões de dólares (71,8 milhões de euros), em 115 países, informou a Interpol.

Em comunicado, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) indicou que a operação “Pangea VIII”, realizada entre 9 e 16 de Junho, resultou ainda em 156 detenções, na abertura de 429 inquéritos, no encerramento de 2.414 páginas web e na suspensão de 550 anúncios.

Na operação, a maior realizada até agora contra o mercado negro e o tráfico de medicamentos através da Internet, participaram serviços da polícia, alfândega, agências reguladoras e empresas privadas do sector.

Os 20,7 milhões de medicamentos apreendidos constituem um recorde e são o dobro da quantidade alcançada numa operação semelhante em 2013, segundo a Interpol.

Produtos nutricionais e medicamentos contra o cancro e a disfunção eréctil ou para regular a tensão arterial foram alguns dos fármacos apreendidos.

“Cada vez mais pessoas recorrem à Internet para comprar artigos e os criminosos aproveitam-se dessa tendência para enganar os consumidores para que comprem medicamentos falsos e inclusivamente perigosos (…), sem qualquer consideração pelos riscos para a saúde”, assinala a organização no comunicado.

A Cooprofar - Cooperativa dos Proprietários de Farmácia – é um dos principais distribuidores nacionais de medicamentos e produtos de saúde e a maior de capital exclusivamente português.

Portugal impede entrada de mais de 18 mil unidades de medicamentos ilegais

Portugal fez parte dos 115 países envolvidos na “Pangea VIII”, considerada a maior operação internacional de sempre de combate a fármacos ilícitos, e as autoridades nacionais impediram a entrada no País de mais de 18 mil unidades de medicamentos ilegais, no valor superior a 40 mil euros, informou hoje a GNR.

Em comunicado, a GNR refere que, em Portugal, foram controladas 6.140 encomendas de fármacos, tendo sido apreendidas 1.051.

A apreensão das encomendas permitiu impedir a entrada de 18.381 unidades de medicamentos ilegais no País, no montante estimado de 40.135 euros, adianta a nota.

Em Portugal, a operação, “Pangea VIII”, de combate aos medicamentos falsificados e comercializados via Internet, foi realizada pela GNR, Autoridade Tributária e Aduaneira e Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

Sangue 2

O plasma português vai começar a ser totalmente utilizado a partir do próximo ano, através de um programa que permitirá, pela primeira vez, a transformação deste produto em medicamentos, anunciou o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

O presidente do IPST, Hélder Trindade, disse à agência Lusa que este programa é “o corolário do trabalho que este instituto fez ao longo dos últimos anos” e que o mesmo se segue à inactivação do plasma português para transfusões, que já é feita.

Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma.

Para tal, foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar uma empresa que irá fraccionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados.

Em 2013, Portugal gastou 39.740.469 euros na aquisição de derivados do plasma (imunoglobulina, factor VIII, albumina, factor IX, factor von Willebrand).

Hélder Trindade não avança com o valor da poupança que deverá resultar do tratamento do plasma português para medicamentos, embora reconheça que deverão ser “alguns milhões”.

O presidente do IPST sublinha, no entanto, a importância de todo o plasma resultante da colheita de sangue de dadores em Portugal poder ser, desta forma, aproveitado.

A empresa vencedora do concurso deverá ser escolhida até Setembro, estando previsto que, a partir de Março, a transformação do plasma português em medicamentos avance.

Em 2013, foram colhidas 362 mil unidades de sangue em Portugal, das quais 214 mil através do IPST e as restantes pelos serviços de sangue hospitalares.

Para transfusão, o IPST tem capacidade para garantir todo o plasma, o qual é inactivado por dois métodos diferentes: um efectuado pelo próprio instituto depois de comprado o reagente (amotosaleno) e outro (solvente reagente) por prestação de serviços da Octapharma.

O restante plasma destina-se ao fraccionamento para obter os medicamentos derivados deste produto necessários aos doentes.

De acordo com o Programa Estratégico Nacional de Fraccionamento de Plasma Humano, ontem apresentado em conferência de imprensa, em 2016 serão iniciadas as diligências para que o mesmo contemple a entrada dos serviços de sangue hospitalares como fornecedores de plasma.

Cabo Verde

Portugal e Cabo Verde alargaram, na passada sexta-feira, as valências já existentes no âmbito da cooperação na área da Saúde, que serão incluídas na vigência do próximo Programa Estratégico bilateral 2016/19.

A decisão consta de um protocolo assinado na Cidade da Praia entre as respectivas direcções-gerais de saúde, no final de uma missão técnica portuguesa que esteve desde o passado dia 2 em Cabo Verde, com o intuito de identificar novas áreas de colaboração.

O documento foi rubricado, pela parte portuguesa, pela chefe de divisão de Cooperação da Direcção-Geral de Saúde (DGS), Ana Correia, e, pela cabo-verdiana, pelo recém-empossado director-geral da saúde, Tomás Valdez, na presença da ministra da saúde cabo-verdiana, Cristina Fontes Lima.

Em declarações aos jornalistas, Ana Correia destacou que as acções a desenvolver vão ao encontro dos eixos prioritários definidos pelo ministério da saúde cabo-verdiano, destacando-se as áreas de emergência médica, telemedicina, transfusão, transplantes e gestão de fraude no sector.

Como áreas críticas, assumiu, por sua vez, Tomás Valdez, estão as da nefrologia, oncologia, saúde mental e diabetes, pelo que, acrescentou, ficou cumprido o que fora delineado no Protocolo de Colaboração Técnica na área da Saúde bilateral durante a III Cimeira Luso-Cabo-verdiana, que decorreu em Lisboa a 17 de Dezembro de 2014.

Paralelamente foi também assinado um protocolo entre o Instituto Português de Anatomia Patológica e Molecular da Universidade do Porto e a Liga Cabo-Verdiana contra o Cancro, no âmbito do acordo de cooperação assinado em Abril de 2008 pelos dois ministérios da saúde no domínio dos cuidados nefrológicos.

A missão técnica portuguesa integrou representantes da DGS, Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e Instituto Português do Sangue e Transfusão (IPST). Durante a estadia em Cabo Verde, a missão técnica reuniu-se com os diferentes serviços que integram o ministério da saúde do país africano, bem como com instituições que, na sua esfera de competências, se assumem como parceiras estratégicas do sector da saúde em Cabo Verde. Entre estas, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), Agência Regulação e Supervisão Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA), Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação (NOSI) e a Cruz Vermelha Cabo-Verdiana (CVCV).

[caption id="attachment_5913" align="alignleft" width="300"]eeagrants Designado “Iniciativas de Saúde Pública”, o programa é preparado e gerido pelo Ministério da Saúde e decorrerá até 2016, com uma contribuição financeira de 10 milhões de euros proveniente dos pelos European Economic Area Grants (EEA Grants), um mecanismo financeiro do espaço económico Europeu relativo a 2009-2014, e que conta com a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega como países doadores[/caption]

O Ministério da Saúde apresenta hoje o primeiro concurso para projectos que diminuam as desigualdades causadoras de problemas de saúde, como é o caso da nutrição ou saúde mental, e que contará com 11,7 milhões de euros de financiamento.

Designado “Iniciativas de Saúde Pública”, o programa é preparado e gerido pelo Ministério da Saúde e decorrerá até 2016, com uma contribuição financeira de 10 milhões de euros proveniente dos pelos European Economic Area Grants (EEA Grants), um mecanismo financeiro do espaço económico Europeu relativo a 2009-2014, e que conta com a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega como países doadores.

O programa contempla ainda um co-financiamento nacional de 1,7 milhões de euros, segundo um comunicado do Ministério da Saúde.

Este apoio europeu insere-se no âmbito de um Memorando de Entendimento estabelecido em Março de 2012 entre o Governo Português e os países doadores (Islândia, Liechtenstein e Noruega), tendo o contrato programa sido assinado a 2 de Dezembro de 2013, de acordo com informação nos sites da Direcção-Geral da Saúde e dos EEA Grants.

Os EEA Grants representam precisamente a contribuição destes três países para reduzir disparidades económicas e sociais e para o fortalecimento das relações bilaterais com 16 países europeus: além de Portugal, Bulgária, Chipre, Croácia, Espanha, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e Roménia.

Assim, o objectivo é financiar projectos que visem o desenvolvimento de estratégias de prevenção e ferramentas para intervir em áreas em que a desigualdade potencia vulnerabilidades ao nível da saúde, como é o caso da nutrição, da saúde mental, das doenças transmissíveis e os sistemas de informação em saúde.

Ou seja, pretende-se reduzir doenças relacionadas com estilos de vida, melhorar a prevenção e tratamento de doenças como o VIH/Sida e tuberculose e melhorar os serviços de saúde mental.

São também objectivos desenvolver recursos ao nível dos cuidados de saúde, melhorar a governação nesta área, reforçar os sistemas de financiamento, melhorar os registos de saúde, bem como o acesso e a qualidade dos serviços.

A Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) está a preparar a abertura de concursos, cujas candidaturas serão lançadas até ao final de Janeiro, a que poderão concorrer todas as entidades públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, organizações não-governamentais ou intergovernamentais a operar em Portugal.

O Programa prevê a realização de um projecto predefinido, que visa a melhoria da informação sobre saúde epidemiológica para suporte da decisão e gestão pública da saúde em Portugal, a desenvolver pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) com o Norwegian Institute of Public Health.

Pág. 13 de 13
Alexandre Borges

Uma rubrica da autoria de Alexandre Borges

Escritor, cronista, argumentista integrou as equipas responsáveis por Zapping, Equador, 5 para a Meia-noite ou A Rede.
Colaborou com o Rádio Clube Português, o Observador, O Inimigo Público e a revista Atlântico.
Foi editor de cultura de A Capital e crítico de cinema do jornal i.
É Creative Director da LPM.