O consumo de antidepressivos em Portugal tem vindo a aumentar desde 2019, de acordo com dados do Infarmed, que mostram que só em 2021 se venderam, em média, mais de 28 mil embalagens por dia.
Portugal exibe um panorama de aumento global do consumo de medicamentos estimulantes do sistema nervoso e de psicofármacos. Em 2018, compraram-se mais de 10 milhões de embalagens de ansiolíticos e quase nove milhões no caso de antidepressivos. Os dados são do relatório do Conselho Nacional de Saúde dedicado à saúde mental, divulgado hoje.
Segundo o relatório sobre o setor da saúde da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado hoje, Portugal é o quinto país da OCDE com maior consumo de antidepressivos.
A toma de antidepressivos durante a gravidez aumenta em 87% o risco de autismo para a criança, segundo um estudo canadiano publicado hoje nos Estados Unidos da América, no Journal of the American Medical Association, Pediatrics.
As conclusões do estudo são importantes, atendendo a que são prescritos antidepressivos para tratar a depressão a entre 6% e 10% das mulheres, sublinham os investigadores que analisaram os dados médicos de 145.456 grávidas na província do Quebec.
"As diversas causas do autismo continuam por desvendar, mas os trabalhos demonstram que a genética e o ambiente podem ser fatores de risco”, explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal e do Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal autora daquele estudo.
“A nossa investigação permite estabelecer que tomar antidepressivos, sobretudo os que atuam sobre a serotonina (um neurotransformador), durante o segundo ou o terceiro trimestre da gravidez, duplica quase o risco de autismo no bebé”, acrescentou.
Bérard e a sua equipa seguiram 145.456 crianças desde a gestação até aos 10 anos.
Lusa
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.