Cabo Verde e Portugal alargam cooperação no domínio da Saúde
DATA
01/08/2014 09:20:14
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Jornal Médico
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Cabo Verde e Portugal alargam cooperação no domínio da Saúde

Cabo Verde

Cabo Verde e Portugal vão alargar a cooperação bilateral na área da saúde, com destaque para a formação técnica, compras centralizadas, telemedicina, diálise peritoneal e controlo de doenças, afirmaram os ministros da Saúde dos dois países.

Cristina Fontes Lima e Paulo Macedo falavam aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmando que os dois países vão continuar a partilhar experiências que podem trazer benefícios mútuos.

"O nosso objectivo é ter outra ambição e outras áreas de cooperação, encerrando outras que Cabo Verde fica com capacidade e pode dar respostas, pois domina quer a parte técnica quer a parte de formação para os seus funcionários", realçou Paulo Macedo, indicando que os doentes cabo-verdianos poderão passar a fazer transplante de medula óssea em Portugal.

Para o ministro português, a área da saúde é uma das que tem tido uma "evolução mais significativa" em Cabo Verde, com destaque para a telemedicina, hemodiálise e serviço de neonatologia, que, estão a um "nível elevado" de cuidados diferenciados.

Apesar da evolução, Paulo Macedo garantiu que Portugal vai continuar a apoiar Cabo Verde, embora haja algumas áreas em que o país poderá "caminhar com os seus próprios pés".

Por seu turno, a ministra cabo-verdiana, Cristina Fontes Lima, reafirmou a importância e o contributo que Portugal tem dado ao país no domínio da saúde, não obstante o momento de crise e de contenção de despesas por parte do Governo português.

Sobre as novas áreas de cooperação, a também ministra adjunta do primeiro-ministro, que não prestou declarações à imprensa, disse que há outros "projectos interessantes", sobretudo na área de oncologia e tratamento do cancro do cólo do útero.

"Estamos a ter uma nova fase na cooperação na área da Saúde com Portugal, com outro patamar, mas haverá sempre a possibilidade de continuarmos a colaborar porque agora temos meios mais complexos e sofisticados de diagnóstico", sustentou, considerando que o país está a atravessar um "bom momento" na área da saúde, coroado com a visita do ministro da Saúde português.

Paulo Macedo esteve em Cabo Verde para uma visita de dois dias, em que o ponto alto foi a inauguração do primeiro centro de hemodiálise do país, projecto orçamentado em 1,28 milhões de euros e fruto de uma parceria entre a cooperação portuguesa e as autoridades cabo-verdianas.

Na quarta-feira, último dia da visita, o ministro da Saúde foi à região sanitária de Santiago Norte, onde visitou as estruturas de saúde nos concelhos de Santa Catarina e Tarrafal, onde também visitará o campo de concentração.

Ao fazer o balanço desta visita de dois dias, Paulo Macedo disse que as autoridades de saúde cabo-verdiana ainda não pediram qualquer apoio, mas garantiu que, caso venha a acontecer, Portugal está disponível para ajudar na prevenção.

Cabo Verde ainda não registou qualquer caso de Ébola, mas o Governo reforçou a vigilância nos Portos e Aeroportos do país para estar preparado para agir adequadamente.

A ministra da Saúde cabo-verdiana disse, na semana passada, que o perigo de entrada do vírus em Cabo Verde "existe" e que o país tem de fazer tudo e estar preparado para agir "rapidamente", com acções de prevenção e seguir todas as instruções.

Paulo Macedo confirmou que Portugal vai apoiar a Guiné-Bissau com 15 toneladas de medicamentos para prevenir o Ébola, mas sublinhou que Cabo Verde não corre os mesmos riscos com esta epidemia, que desde Janeiro se alastra pela África Ocidental, tendo já causado centenas de mortos na Libéria e na Serra Leoa.

"Felizmente, Cabo Verde não tem as necessidades da Guiné-Bissau em termos de medicamentos e de oferta imediata. A Guiné-Bissau solicitou um apoio e vai ser concedido pelo Governo português para a prevenção do Ébola, mas também para outras questões emergentes", sublinhou Paulo Macedo.

Tal como Cabo Verde, a Guiné-Bissau ainda não foi contagiado, mas as autoridades já estão a trabalhar num plano de emergência, de que consta um programa de prevenção sanitária.

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