O cadáver do padre Miguel Pajares, falecido ontem após ter sido infectado pelo vírus do ébola, será “selado e incinerado” sem ser autopsiado para evitar a propagação da doença, de acordo com o regulamento da Polícia Sanitária da Comunidade de Madrid.
O manejo “post morten” de um corpo infectado com ébola proíbe a autópsia devido “à alta carga viral dos fluidos corporais” e deve ser realizado “por pessoal treinado”, não estando prevista qualquer preparação do cadáver, disseram à agência noticiosa espanhola EFE fontes sanitárias.
Em relação às medidas de controlo ambiental, a norma é a limpeza com desinfectantes de uso hospitalar das superfícies potencialmente contaminadas e a queima da roupa ou objectos que tenham estado em contacto com o corpo.
Miguel Pajares, falecido hoje aos 75 anos, era desde os 12 anos membro da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que já agradeceu as manifestações de apoio recebidas desde que se soube que o padre estava infectado com ébola.
Pajares, nascido em La Iglesuela, na província espanhola de Toledo, estudou enfermagem antes de ter sido ordenado sacerdote e trabalhou durante 18 anos em missões em países como a Irlanda, o Gana ou a Libéria, onde passou os últimos sete anos e onde foi infectado.
O padre trabalhava no hospital San José de Monrovia, capital da Libéria, onde tratou de doentes daquele vírus, um dos mais letais e para o qual não existe vacina ou tratamento comprovado.
O vírus ébola transmite-se por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados.
A epidemia de ébola, que afecta a região da África Ocidental, já fez mais de mil mortos, em 1.848 casos suspeitos, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde, actualizado na noite de segunda-feira.
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Não podemos ser indiferentes ao descontentamento dos médicos nos tempos que correm, nunca vi tantos médicos a dizerem pensar sair ou desistir do que construíram. Desde médicos de família que pensam acabar com as suas USF, por não verem vantagem em continuarem a trabalhar no sentido da melhoria contínua (e até sentirem que os desfavorece) até médicos hospitalares a querer deixar de ser diretores de serviço, sair do sistema público e/ou, até, reformar-se antecipadamente. Tudo o que foi construído parece à beira de, rapidamente, acabar.