Mais 159.119 consultas médicas hospitalares em 2014
DATA
16/10/2014 09:00:41
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Jornal Médico
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Mais 159.119 consultas médicas hospitalares em 2014

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De acordo com o relatório semestral de actividade assistencial das instituições do Serviço Nacional de Saúde, realizado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), de Janeiro a Julho deste ano realizaram-se mais 159.119 consultas médicas hospitalares do que em igual período de 2013.

As primeiras consultas aumentaram em 1,5% e as consultas subsequentes em 2,6%, refere o documento, disponível na página da internet daquela instituição.

Em ciclo ascendente estiveram também a actividade cirúrgica: nos primeiros sete meses de 2014 foram realizadas mais 11.983 cirurgias que em igual período de 2013, o que corresponde a um crescimento de 3,7% (para um total de 335.633) e mais 15.048 cirurgias de ambulatório (8,4%).

Pelo contrário, constatou-se uma ligeira redução do número de doentes saídos (2,1%), essencialmente devido à desejável transferência da cirurgia convencional para a cirurgia de ambulatório.

A tendência de crescimento registada nos cuidados secundários também se manteve ao nível das consultas médicas nos cuidados de saúde primários, com mais 364.041 (2,2%) consultas realizadas.

Já o número total de utilizadores de consultas médicas no primeiro nível de cuidados tem vindo a diminuir, registando no primeiro semestre do ano uma diminuição de 1,4%.

O maior crescimento percentual face ao período homólogo de 2013 registou-se, porém, nas consultas médicas não-presenciais (mais 3,5%) uma realidade que de acordo com especialistas contactados pelo nosso jornal se poderá ficar a dever a uma melhoria dos registos desta tipologia de atendimento, que há alguns anos atrás não era contabilizada para efeitos do cálculo de actividade assistencial.

No relatório semestral, a ACSS sublinha o facto de o aumento das consultas médicas não presenciais (+3,5%) e das consultas domiciliárias médicas (+2,5%) ter sido superior ao aumento registado nas consultas médicas presenciais (+1,7%) ”. Um facto que para os técnicos da ACSS pode “ser reflexo do esforço de adequação das estruturas às necessidades das populações servidas, nomeadamente a prestação de cuidados de forma mais flexível e com maior proximidade”.

Já no que toca ao recurso às urgências hospitalares, registou-se “conforme esperado e desejável, uma diminuição de 0,9% da actividade, face a igual período de 2013 (menos 31.470 episódios)”, aponta o relatório.

Igualmente com saldo positivo no cômputo semestral da ACSS estão as consultas de enfermagem: mais 22.828 (2,2%) do que no período homólogo e as consultas domiciliárias médicas, que registaram um aumento de 2,5%.

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