O capital social do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) vai ser reforçado em 13,4 milhões de euros, decisão da tutela que "contribuirá para o reequilíbrio financeiro" da instituição, afirmou o presidente do conselho de administração.
"Isto significa (…) o reconhecimento do Governo em relação à importância e papel fundamental que esta instituição desempenha socialmente e depois do ponto de vista contabilístico é algo muito positivo porque contribuirá para o reequilíbrio financeiro da própria contabilidade do CHCB", afirmou Miguel Castelo Branco.
Em despacho conjunto das secretarias de Estado do Tesouro e da Saúde, publicado na quinta-feira no Diário da República, dá-se conta que a operação terá como base o empréstimo cedido em 2008 através do Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde.
"Tendo em atenção que a situação financeira dos hospitais EPE, devedores líquidos do Fundo não lhes permite reembolsar os empréstimos e respectivos juros que lhes foram concedidos pelo Fundo, proceder-se-á a aumentos de capital (...)", lê-se.
O documento também refere que o reforço do capital será subscrito pelo Estado através da entrega do número de unidades de participação deste Fundo, o que no caso do CHCB se traduz em 134 unidades, ou seja 13,4 milhões de euros, que assim ficam liquidados.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do conselho de administração do CHCB classificou esta medida como "muito satisfatória e positiva", apesar de não se traduzir "na efectiva entrada de dinheiro" nos cofres daquela unidade.
"Sabemos que não vamos, por exemplo, poder fazer os pagamentos da despesa corrente com esse dinheiro e do ponto de vista do dia-a-dia tal não tem impacto significativo, mas independentemente disso temos um movimento contabilístico que nos permite, desde logo, reduzir o passivo, o que também é muito importante", indicou.
Miguel Castelo Branco ressalvou ainda que esta operação também deverá ter reflexo nos índices da capacidade financeira da instituição, os quais "ficam melhorados", já que são calculados com base no passivo e capital social de cada entidade.
Em nota enviada à Lusa, a Administração Regional de Saúde do Centro também considera que esta decisão "representa um apreciável e valioso contributo para a gestão do CHCB (…), com impacto a nível do equilíbrio financeiro e na qualidade dos cuidados de saúde que são prestados".
O CHCB integra os Hospitais da Covilhã e do Fundão e encerrou o ano de 2013 com um passivo de 50 milhões de euros.
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Não podemos ser indiferentes ao descontentamento dos médicos nos tempos que correm, nunca vi tantos médicos a dizerem pensar sair ou desistir do que construíram. Desde médicos de família que pensam acabar com as suas USF, por não verem vantagem em continuarem a trabalhar no sentido da melhoria contínua (e até sentirem que os desfavorece) até médicos hospitalares a querer deixar de ser diretores de serviço, sair do sistema público e/ou, até, reformar-se antecipadamente. Tudo o que foi construído parece à beira de, rapidamente, acabar.