O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, disse que vai ser construído um novo centro de saúde na sede do concelho, tendo o município anunciado a disponibilização do terreno onde está o antigo pavilhão desportivo.
“Nós disponibilizamos o terreno dentro da vila, junto à unidade de cuidados continuados da Misericórdia, onde está o antigo pavilhão desportivo, que vai ser demolido”, declarou Valdemar Alves, referindo que esta estrutura, “com 40 anos, não tem condições nenhumas”.
Segundo Valdemar Alves, trata-se de um projecto em parceria com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro).
O autarca referiu que o actual edifício que alberga o centro de saúde tem diversos problemas, como a cobertura em fibrocimento, a que acresce, exemplificou, janelas “sem segurança nenhuma”. “O chão já está todo degradado, andamos nós, agora, a reparar”, afirmou o presidente da câmara.
O responsável explicou que vai realizar-se “uma reunião para dividir tarefas” entre a câmara e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro para concretizar a construção do novo centro de saúde, que considera “fundamental” para o concelho.
Em resposta escrita enviada ontem à Lusa, a ARS Centro fez saber que “está sempre receptiva às pretensões das autarquias, pelo que se manifesta disponível para analisar, conjuntamente com a autarquia, as suas intenções relativamente ao centro de saúde de Pedrógão Grande”.
Quanto à falta de médicos no concelho, o presidente da Câmara de Pedrógão Grande mostrou-se convencido de que o problema seja resolvido a curto prazo.
No município circula um abaixo-assinado, que já recolheu cerca de 700 assinaturas do movimento dos “Indignados com o estado da saúde em Pedrógão Grande”, nomeadamente “com a ausência de cobertura médica no centro de saúde” local.
“O concelho de Pedrógão Grande será talvez o único no país, em que a sede do concelho não tem assegurado o funcionamento normal do centro de saúde”, acrescenta o documento.
Um dos promotores do documento, Luís Fernandes, disse que o centro de saúde “precisa de pelo menos mais um médico”, esclarecendo que a estrutura “funciona apenas quatro horas diárias com médico, à excepção de quinta e sexta-feira”.
“Nestes dois dias, há médico todo o dia”, declarou, salientando que existem “muitas queixas” e um “sentimento grande de revolta”.
Este movimento agendou para hoje, com início às 20 horas, na Casa da Cultura de Pedrógão Grande, um debate, para analisar esta situação.
A ARS Centro adiantou que, “relativamente à falta de médico na unidade de saúde, devido a aposentação”, esta entidade e o Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior “estão a envidar esforços no sentido de poder colocar um médico logo que haja essa possibilidade”.
Era 11 de março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde declarou o estado de Pandemia por COVID-19 e a organização dos serviços saúde, como conhecíamos até então, mudou. Reorganizaram-se serviços, redefiniram-se prioridades, com um fim comum: combater o SARS-CoV-2 e evitar o colapso do Serviço Nacional de Saúde, que, sem pandemia, já vivia em constante sobrecarga.