As unidades de cuidados na comunidade (UCC) vão poder passar a ser criadas pelos municípios, desde que salvaguardados os objetivos e as regras de funcionamento dos agrupamentos dos centros de saúde (ACES), uma medida que visa apostar na descentralização.
A alteração do regime de criação, estruturação e funcionamento dos ACES foi ontem aprovada em Conselho de Ministros, visando a “descentralização da sua criação” e a política de proximidade.
“As alterações agora aprovadas visam, nomeadamente, responder a uma aspiração dos municípios para que as funções e competências no âmbito dos cuidados na comunidade se situarem num nível mais próximo dos cidadãos”, afirma o comunicado do Conselho de Ministros.
O Governo considera que a gestão de proximidade pode potenciar ganhos de eficiência e eficácia com a melhoria da qualidade dos serviços prestados às populações, através de respostas adaptadas às especificidades locais.
Deste modo, as UCC passam a poder ser criadas pelos municípios, “desde que salvaguardados os objetivos dos ACES e as regras relativas à respetiva execução”.
O Governo determinou ainda que é condição necessária à designação de presidente do conselho clínico e de saúde dos ACES, que este detenha a categoria de assistente graduado sénior.
Esta condição é justificada com as competências que lhe são conferidas enquanto detentor do cargo.
O Conselho de Ministros aprovou também a criação da Comissão de Qualidade e Segurança do Doente nos ACES, “indo assim ao encontro do que está definido na Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde”.
Lusa
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Não podemos ser indiferentes ao descontentamento dos médicos nos tempos que correm, nunca vi tantos médicos a dizerem pensar sair ou desistir do que construíram. Desde médicos de família que pensam acabar com as suas USF, por não verem vantagem em continuarem a trabalhar no sentido da melhoria contínua (e até sentirem que os desfavorece) até médicos hospitalares a querer deixar de ser diretores de serviço, sair do sistema público e/ou, até, reformar-se antecipadamente. Tudo o que foi construído parece à beira de, rapidamente, acabar.