Diretor centros de saúde Dão Lafões diz que Portugal tem maus hábitos de urgências
DATA
16/12/2015 10:55:47
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Jornal Médico
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Diretor centros de saúde Dão Lafões diz que Portugal tem maus hábitos de urgências

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O diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Dão Lafões, Luís Botelho, considerou ontem que Portugal é o país europeu com piores hábitos no que toca a utilização dos serviços de urgências pelos utentes.

"Somos o país da Europa com pior hábito cultural no acesso à urgência. Ao primeiro espirro corremos para a urgência: temos hábitos terríveis em termos culturais", alegou.

Em conferência de imprensa, que decorreu ao final do dia em Viseu, Luís Botelho sublinhou que a primeira linha de tratamento para a gripe ou outras patologias deve ser a Linha de Saúde 24.

"Temos aqui um instrumento precioso, que é facilmente acessível. Esta é também uma linha gratuita", acrescentou.

O segundo patamar é o recurso aos médicos de família nos centros de saúde, onde será feito um esforço para dar resposta "tão eficaz quanto possível, com oferta alargada eficaz", devendo apenas recorrer-se ao serviço de urgências quando o caso é grave.

"Em Viseu praticamente todas as pessoas têm médico de família, apenas cinco por cento não terão ainda. A nossa equipa de saúde familiar vai dar o encaminhamento devido", garantiu.

Para evitar o congestionamento do serviço de urgências do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, esta unidade de saúde está a articular com o ACES Dão Lafões um plano de atendimentos para o inverno, uma vez que é o período em que se regista uma maior afluência por causa da gripe.

"Queremos que não haja razões de desculpa, por parte dos doentes, de dizerem que vêm cá [ao serviço de urgências do Centro Hospitalar Tondela-Viseu] porque não tiveram consulta com o seu médico de família", evidenciou.

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Ermida Rebelo, explicou que vão monitorizar diariamente a afluência às urgências, com o intuito de detetarem a área de proveniência dos utentes e assim adaptar os cuidados primários às necessidades.

"Há medida que o afluxo à urgência se justificar, vão ser tomadas medidas no sentido de minimizar os efeitos do acréscimo de utentes", concluiu.

 Lusa/Jornal Médico

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