O investigador português Noel Miranda "abriu portas" a novos tratamentos para o melanoma, ao "provar" que o sistema imunitário obriga os tumores a adaptarem-se e a ganharem resistências graças a alterações genéticas, informa a Universidade do Minho (UMinho). Além do investigador português, o trabalho envolveu investigadores da Universidade de Leiden, do Instituto Holandês de Cancro, do Hospital Universitário de Herlev (Dinamarca) e da empresa AIMM Therapeutics (Holanda).
Em comunicado enviado hoje à Agência Lusa, a academia esclareceu que foi recentemente publicado na revista Nature um estudo do ex-aluno da UMinho, no qual "avaliou a interação entre as células cancerígenas e o sistema imunitário de pacientes com melanoma em estado avançado submetidos a Imunoterapia".
Segundo a mesma nota, "concluiu-se que os tumores tendem a adaptar-se a médio prazo, alterando-se geneticamente e deixando, assim, de ser reconhecidos pelo sistema imunitário".
"Era algo que já se sabia que acontecia, das teorias de evolução clonal, mas nunca tinha sido provado do ponto de vista genético", pode ler-se no mesmo comunicado, onde é citada a sua tese, o qual é atualmente investigador do Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda.
O investigador acrescentou que, com esta descoberta, passa a ser possível "adaptar as estratégias de administração de imunoterapias e, deste modo, combater a doença de uma forma mais eficaz". Atualmente são "atacadas" as alterações genéticas mais comuns, esclareceu a UMInho, "mas o objetivo é desenvolver métodos que permitam lidar com a heterogeneidade dos tumores".
Estima-se que surjam, em Portugal, cerca de 1.000 novos casos anuais de melanoma.
"A incidência dos vários tipos de cancro da pele tem vindo a aumentar devido, essencialmente, à mudança de comportamentos a favor de uma exposição aos raios ultravioleta exagerada ou inadequada", concluiu o cientista.
Por favor faça login ou registe-se para aceder a este conteúdo
Não podemos ser indiferentes ao descontentamento dos médicos nos tempos que correm, nunca vi tantos médicos a dizerem pensar sair ou desistir do que construíram. Desde médicos de família que pensam acabar com as suas USF, por não verem vantagem em continuarem a trabalhar no sentido da melhoria contínua (e até sentirem que os desfavorece) até médicos hospitalares a querer deixar de ser diretores de serviço, sair do sistema público e/ou, até, reformar-se antecipadamente. Tudo o que foi construído parece à beira de, rapidamente, acabar.