Na medicina moderna, a relação médico-doente evoluiu para uma relação par a par. A medicina paternalista (felizmente) caiu em desuso e o utente encontra-se, cada vez mais, dotado de capacidades para fazer parte duma decisão clínica partilhada. Com isto, surgem novos desafios para a prática clínica como a recusa de intervenções médicas baseadas no exercício dos direitos individuais de liberdade e de autonomia, explícitos na Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes, nas recomendações da OMS e a nível nacional pela DGS.
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Não podemos ser indiferentes ao descontentamento dos médicos nos tempos que correm, nunca vi tantos médicos a dizerem pensar sair ou desistir do que construíram. Desde médicos de família que pensam acabar com as suas USF, por não verem vantagem em continuarem a trabalhar no sentido da melhoria contínua (e até sentirem que os desfavorece) até médicos hospitalares a querer deixar de ser diretores de serviço, sair do sistema público e/ou, até, reformar-se antecipadamente. Tudo o que foi construído parece à beira de, rapidamente, acabar.