Já aqui abordei o impacto da tecnologia na evolução da Medicina e da Cirurgia, com todos os seus enormes benefícios mas, como sempre, com algumas reticências, e já abordei também o papel das redes sociais e da informação em inúmeros aspectos das nossas vidas, desde o acesso a informação, tanto excelente como duvidosa, até ao contacto com conhecidos e estranhos em todo o mundo, reduzindo distâncias mas criando problemas de diversa natureza.
Perante a realidade, cada vez mais evidente, do aumento da esperança de vida média das populações com acesso a cuidados de saúde padrão, torna-se imperativo encarar o aumento no número de doenças degenerativas, o prolongamento das doenças crónicas e a necessidade absoluta de preservar a qualidade de vida ao longo desses anos ganhos.
Eis um tema incontornável nos dias que correm: as redes sociais. Pessoalmente, a designação em si mesma faz-me grande confusão. Nas redes sociais existem “amigos” que nunca se viram pessoalmente, que nunca se falaram e que não se conhecem.
Independentemente de sermos mais ou menos gulosos, a nossa dieta está rodeada de açúcar, a maioria das vezes sem que o saibamos e sem que o quantifiquemos.
Como aqui já várias vezes escrevi, a melhoria das condições de vida das populações e a crescente diferenciação dos cuidados de saúde têm permitido um aumento significativo da esperança de vida. Semelhante facto é de aplaudir mas tem colocado inúmeros desafios às sociedades modernas. Por um lado, mais tempo de vida nem sempre significa mais qualidade de vida, novas doenças que anteriormente não tinham tempo para se manifestar passam a tê-lo, o número de pessoas sozinhas e/ou institucionalizadas vai aumentando e os custos com a saúde vão crescendo exponencialmente, criando constrangimentos éticos e económicos extremamente difíceis de gerir.
Falemos de álcool. Mais concretamente, falemos de vinho.
Como já aqui escrevi, o acesso à informação, a rapidez com que os resultados de qualquer notícia ou investigação chegam às populações tem revolucionado todas as formas de relacionamento destas com a saúde, tornando cada um de nós um parceiro activo e mais esclarecido nas diversas decisões que nos dizem respeito e obrigando os profissionais da saúde a exercícios mais atentos e delicados na forma como abordam os diferentes aspectos do diagnóstico e tratamento de uma doença.
Penso ser consensual que a visão é, provavelmente, o mais valioso dos sentidos. É através dos nossos olhos que captamos o mundo que nos rodeia e é através deles que se desenrola grande parte da nossa vida pessoal, familiar e profissional.
Os últimos meses foram vividos por todos nós num contexto absolutamente anormal e inusitado.
Atravessamos tempos difíceis, onde a nossa resistência é colocada à prova em cada dia, realidade que é ainda mais vincada no caso dos médicos e restantes profissionais de saúde. Neste âmbito, os médicos de família merecem certamente uma palavra de especial apreço e reconhecimento, dado o papel absolutamente preponderante que têm vindo a desempenhar no combate à pandemia Covid-19: a esmagadora maioria dos doentes e casos suspeitos está connosco e é seguida por nós.