Leia o artigo de opinião da autoria de Joana Louro, assistente hospitalar graduada de Medicina Interna CHO-Unidade de Caldas da Rainha Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da SPMI. Por ocasião do Dia Mundial da Obesidade, assinalado a 4 de março, a especialista partilha o seu apelo para que seja mudado o "minset" em relação à obesidade. Esta deve ser entendida por todos, incluindo profissionais de saúde, como uma doença crónica - uma das mais prevalentes e subvalorizadas.
Em Portugal, a prevalência de diabetes continua a ser uma das mais elevadas da Europa, com cerca de 10-13% da população com 20-79 anos afetada, segundo o relatório do Programa Nacional de Diabetes (PND) de 2019.
Cerca de 55% da população com doença crónica tem níveis inadequados de Literacia em Saúde, segundo o estudo “Literacia em Saúde na Doença Crónica” apresentado ontem pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP-NOVA).
O “Inquérito sobre Hospitalização Domiciliária”, apresentado hoje, dia 17 de outubro, durante a conferência “Hospitalização Domiciliária – Enquadramento e perspetivas de Futuro”, procurou avaliar o conhecimento dos portugueses sobre o serviço de hospitalização domiciliária disponibilizado pela rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde e as necessidades de apoio dos cuidadores informais para a prestação de cuidados a familiares ou amigos que tenham optado por este modelo de hospitalização.
Marta Temido vai estar presente na conferência anual da Plataforma Saúde em Diálogo. O evento realiza-se no dia 31 de maio, propondo-se refletir sobre como se vive com doença crónica em Portugal, o que há de bom e o que ainda falta fazer. Para além da ministra da Saúde, a conferência “Viver com Doença Crónica” conta com a participação da presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado.
Em Portugal, existem “manifestas desigualdades entre doentes crónicos no acesso e comparticipação de medicamentos”.
Uma elevada prevalência de hipertensão arterial, obesidade e diabetes, bem como altos níveis de sedentarismo, de consumo de bebidas alcoólicas e exposição ao fumo do tabaco foram identificados no primeiro inquérito à saúde dos portugueses, com exame físico.
Trata-se do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), promovido e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública e com as administrações regionais de saúde do continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Os indicadores apurados referem-se à população com idades entre os 25 e os 74 anos, tendo contado com a participação de 4.911 pessoas (2.265 homens e 2.646 mulheres), que realizaram, para o efeito, um exame físico, colheita de sangue e entrevista.
Carlos Dias, coordenador geral do INSEF, disse que o inquérito proporciona dados que, “ainda numa fase de análise muito prévia, confirmam alguns indicadores preocupantes em termos da prevalência da obesidade, hipertensão e da diabetes”, mas também outros que atestam “um elevado grau de sedentarismo”.
O estudo indica que, em 2015, o estado de saúde da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos de idade caracterizava-se por uma “elevada prevalência de algumas doenças crónicas”, como a hipertensão arterial, a obesidade e a diabetes.
O INSEF abordou também o consumo das bebidas alcoólicas, apurando que cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu consumo perigoso de álcool (binge drinking), valor muito superior ao do sexo feminino (5,3%).
Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%), como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade.
A regiões do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira tinham as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos.
Em relação ao tabaco, o inquérito refere que este era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando-se prevalências mais elevadas no grupo etário 25 a 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e menores no grupo etário 65 a 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres).
A região Autónoma dos Açores tinha as prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve (22,2%) nas mulheres.
Nas mulheres, o consumo de tabaco aumenta com a escolaridade mais elevada, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia, independentemente da idade.
Os desempregados tinham prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43% nos homens e 27% nas mulheres).
A exposição ambiental ao fumo do tabaco afetava 12,8,% da população e era mais frequente entre os homens na Região Autónoma dos Açores, na população com segundo ou terceiro ciclo do básico e nos desempregados.
A investigação adianta que o sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com maiores prevalências nas mulheres, no grupo etário entre os 55 e os 64 anos (46,9%), na Região Autónoma dos Açores (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%).
Para Carlos Dias, estes indicadores mostram-nos “algumas necessidades em saúde que certamente irão ser levadas em consideração pelos serviços públicos”.
Esta radiografia revela ainda que o país não é todo igual nas matérias abordadas, o que, para o seu coordenador, “é uma vantagem”.
“O INSEF mostra-nos que, em termos geográficos, existem regiões onde alguns indicadores tomam níveis mais preocupantes, como a Região Autónoma dos Açores, onde o elevado consumo de tabaco é confirmado, assim como outros indiciadores como um baixo consumo de frutas e legumes”, prosseguiu.
Além das diferenças regionais, o inquérito identificou diferenças entre os grupos com mais ou menos escolaridade e entre os que têm trabalho remunerado e os que não têm, como domésticas ou desempregados.
Data: 18 de Junho
Local: Ritz Four Seasons Hotel, em Lisboa
No dia 18 de Junho, entre as 9 e as 13 horas, o Diário Económico, em conjunto com a MSD, realizam a XI Conferência da Indústria Farmacêutica.
Subordinada ao tema “Diferentes Perspectivas da Doença Crónica”, a sessão decorre no Ritz Four Seasons Hotel, em Lisboa.
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A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.