Em entrevista ao Jornal Médico, o Diretor Médico da Gedeon Richter, Daniel Pereira da Silva, comenta novos produtos da empresa direcionados à saúde da mulher, nomeadamente um contracetivo oral com menor impacto ambiental e menor riso de tromboembolismo, e uma associação de relugolix com estradiol e noretisterona, que demonstrou eficácia e segurança no tratamento de miomas uterinos sintomáticos.
A farmacêutica Gedeon Richter promove, nos dias 8 e 9 de novembro, o simpósio “120 anos a Inovar na Saúde da Mulher”, no 22.º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia (FSPOG), no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.
Por ocasião do lançamento do novo medicamento da Gedeon Richter, para o tratamento dos miomas uterinos, na terceira e última sessão que se realizou no Porto, o palestrante Jacques Donnez, Professor Emérito da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, abordou a relação existente entre esta patologia e a infertilidade, assim como com as hemorragias menstruais abundantes.
A propósito do lançamento do novo medicamento da Gedeon Richter, para o tratamento dos miomas uterinos sintomáticos, a coordenadora da unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Lusíadas Lisboa, Fátima Faustino, e a diretora do Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernanda Águas, partilharam a sua visão acerca da eficácia e segurança deste antagonista oral da GnRH.
Entrou ontem no mercado português um novo medicamento da Gedeon Richter para o tratamento de sintomas moderados a graves de miomas uterinos em mulheres adultas em idade reprodutiva. Esta terapêutica e o seu impacto na saúde da mulher foi apresentada à comunidade médica de Lisboa, no evento da companhia, que contou com a moderação do diretor do serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, Carlos Veríssimo.
A Gedeon Richter Plc. assinala os cinco anos que marcam um novo paradigma no tratamento dos miomas uterinos, os tumores ginecológicos mais frequentes nas mulheres, através da introdução do Esmya (acetato de ulipristal) no mercado europeu. A Gedeon Richter foi a primeira farmacêutica a desenvolver um tratamento oral para o tratamento dos miomas uterinos e que mudou a forma como milhares de mulheres são tratadas devido a esta condição em toda a Europa.
Um estudo agora publicado na revista cientifica European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, de autoria de ginecologistas do Centro Universitário e Hospitalar de Coimbra, sobre a evolução da prática de histerectomias em Portugal, revela que, ao longo dos últimos 15 anos, houve um aumento da idade média das mulheres submetidas a remoção do útero e uma redução nos dias de internamento hospitalar.
Dados apresentados na 184.ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) revelam que, na última década, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) registou uma redução de 15% no número de histerectomias no tratamento de miomas uterinos.
Fernanda Águas, Presidente da SPG, justifica o decréscimo do recurso a estas cirurgias no tratamento de miomas uterinos, referindo que “a classe médica tem acompanhado a evolução farmacológica e utilizado, cada vez mais, as diferentes opções de tratamento médico com objetivo de controlar as hemorragias uterinas anormais associadas aos miomas uterinos. Por outro lado têm surgido, de forma inovadora, novas opções medicamentosas que permitem nalguns casos evitar a histerectomia ou facilitar a realização de uma intervenção cirúrgica menos invasiva que conserve o útero da mulher”. Fernanda Águas acrescenta que “as mulheres são cada vez mais associadas a todas as decisões de modo a que possam optar pela terapêutica que vá de encontro às suas expectativas. O facto de, na nossa sociedade se assistir ao adiamento da maternidade, por vezes até à 4º década da vida, preconiza que se possam oferecer outras alternativas no tratamento dos miomas, tais como um tratamento cirúrgico conservador ou apenas tratamento médico”.
No global, a idade média das mulheres submetidas a histerectomias no CHUC aumentou (de 52 para 55 anos), sendo mais frequente nas mulheres pós-menopáusicas (de 31 para 44% das mulheres), o que revela uma atuação mais conservadora por parte dos especialistas junto das mulheres mais novas.
As histerectomias são cirurgias que consistem na remoção do útero do que resulta a ausência de menstruação e a incapacidade de engravidar. Só em 2014, os miomas uterinos foram responsáveis pela realização de 3.325 histerectomias nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), acarretando um custo superior a 2.600€ por ato cirúrgico.
Os miomas uterinos afetam cerca de 2 milhões de mulheres em Portugal e, quando sintomáticos, causam dor, hemorragias e degradam a qualidade de vida da mulher, são a principal causa de recurso a histerectomias.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.