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[caption id="attachment_5435" align="alignleft" width="300"]universidadedominho Liderada por João Cerqueira, a equipa do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde, que estuda aquela proteína "fulcral" no tratamento de esclerose múltipla, publicou os dados da investigação em animais na revista "Frontieres in Cellular Neuroscience", seguindo-se agora a fase clínica[/caption]

Investigadores do Minho, que vão iniciar a fase clínica do uso de lipocalina 2 em casos de esclerose múltipla, alertam que o Estado pode "comprometer" a vida dos portadores daquela doença, ao "adiar" o acesso a "fármacos mais eficazes".

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho), explica que a lipocalina 2 está aumentada em pacientes com a mencionada doença, podendo mesmo ser usada como marcador de diagnóstico e avaliador de prognóstico.

Liderada por João Cerqueira, a equipa do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde, que estuda aquela proteína "fulcral" no tratamento de esclerose múltipla, publicou os dados da investigação em animais na revista "Frontieres in Cellular Neuroscience", seguindo-se agora a fase clínica.

Os investigadores alertam que existem "complicações" no tratamento da esclerose múltipla em Portugal, uma vez que vários centros de saúde e hospitais têm demasiados pedidos e encaminham-nos para clínicas convencionadas com o Estado.

"Muitas clínicas não sabem lidar com esclerose múltipla, tratando-a como se fosse uma perna partida. Por outro lado, diminuiu o transporte pago pelo Estado para fisioterapia, obrigando o doente a desistir e ficar mais incapacitado. Em terceiro lugar, e também devido aos cortes, o acesso a fármacos para as formas mais agressivas, que já se usam noutros países, está a ser atrasado em Portugal pela tutela, o que pode gerar consequências graves", anui João Cerqueira.

O investigador defende, por isso, que a sociedade tem que se consciencializar que medicamentos mais eficientes são uma mais-valia para todos.

"O investimento que possamos fazer na compra de medicamentos, mesmo que pareça inicialmente avultado, trará retorno, pois estes cidadãos ficam activos mais tempo, continuando a contribuir em vez de depender do Estado", justifica.

Este grupo de investigadores da academia minhota, esclarece o comunicado, "foi pioneiro a concluir que a lipocalina 2 está aumentada em pacientes com a mencionada doença, podendo mesmo ser usada como marcador de diagnóstico e avaliador de prognóstico.

"Ao medir a quantidade da proteína no líquido da espinal medula sei com alguma segurança se o doente vai ter uma evolução mais ligeira ou agressiva da doença. Isso pode permitir ajustar a terapêutica individualmente", explica João Cerqueira.

Segundo a UMInho existem cerca de 5 mil portugueses afectados por esta doença que "os investigadores da academia minhota demonstraram também, em paralelo com equipas internacionais, que a vitamina D, sobretudo a transmitida pelo sol, beneficia o tratamento da esclerose múltipla".

Aquela vitamina, diz o comunicado, "parece funcionar mais como hormona, ajudando o sistema imunitário a não se descontrolar e a vigiar os ataques (bactérias, vírus).

A esclerose múltipla surge quando o próprio sistema de defesa do indivíduo passa a agredi-lo, em particular ao sistema nervoso central (cérebro, espinal medula) e à mielina que protege os neurónios, explica o comunicado.

Isso compromete as funções coordenadoras gerais, como sensibilidade, locomoção, cognição, audição, visão, excreção. Atinge cerca de 5.000 portugueses (46 casos em cada 100.000), a partir dos 20 a 40 anos, sendo dois terços do total mulheres.

A esperança de vida destes doentes é de menos cinco a dez anos face à média nacional. Nos países mais a Norte, a prevalência é aproximadamente o triplo do que sucede em Portugal.

JM/Lusa

 

 

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Editorial | Joana Torres
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