O tromboembolismo venoso (TEV) associado ao cancro é cada vez mais prevalente e estima-se que afete um quinto de todos os doentes oncológicos, de acordo com dados do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT)1. Uma pessoa com cancro tem um risco superior de desenvolver um coágulo venoso2, sendo a trombose a segunda causa de morte em doentes com cancro, apenas superada pela evolução do próprio tumor. No Dia Mundial da Trombose, que se assinala anualmente a 13 de outubro, a LEO Pharma alerta para a estreita relação entre os episódios de tromboembolismo e o cancro.
No âmbito do Dia Mundial da Trombose, que se assinala a 13 de outubro, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) pretende consciencializar toda a população para a importância da prevenção, tratamento e identificação das complicações associadas a tromboembolismo venoso.
O cirurgião vascular Armando Mansilha disse hoje que existe uma nova classe de fármacos, com “comprovada eficácia” e com “melhoria do perfil de segurança”, que provavelmente “vai revolucionar todo o tratamento da trombose venosa profunda e da embolia pulmonar”.
Citando estudos europeus já divulgados, Armando Mansilha, que é também professor na Faculdade de Medicina do Porto, salientou que “a mortalidade por tromboembolismo venoso é superior à mortalidade conjunta de acidentes de viação, cancro da mama, da próstata e sida. Todas estas causas juntas matam menos do que o tromboembolismo venoso”.
A nova classe de fármacos, já disponível em Portugal, “diminui o risco de novos eventos, porque a retrombose é grave, diminui o risco de novas embolias pulmonares, tem uma segurança aumentada no sentido de diminuir o risco de hemorragia e tem uma enorme facilidade em termos posológicos porque os doentes não têm de fazer um controlo laboratorial regular”, sublinhou.
O especialista falava na apresentação de um manual de boas práticas para diagnóstico e tratamento do tromboembolismo venoso, um documento que alerta para a necessidade de uniformizar o tratamento da trombose em Portugal.
Os novos medicamentos, anticoagulantes orais, “estão a ser progressivamente introduzidos” no mercado português, mas Armando Mansilha considerou que é fundamental alertar a comunidade clínica e científica para a sua existência e para as suas vantagens.
Este é um dos objectivos do livro “Diagnóstico e terapêutica do tromboembolismo venoso – evidência e recomendações”, coordenado por Armando Mansilha, mas que reúne contribuições de especialistas de diferentes áreas, nomeadamente da Cirurgia Vascular, Medicina Interna, Oncologia Médica, Obstetrícia e Imunoterapia, entre outras.
O documento, considerado o “mais completo” manual de boas práticas no tratamento da trombose editado em Portugal, vai ser distribuído pelos hospitais e unidades de saúde familiar.
O objectivo é uniformizar procedimentos na abordagem terapêutica desta patologia, para proporcionar a todos os pacientes o melhor tratamento possível.
O tromboembolismo venoso (TEV) é uma doença caracterizada pela formação de coágulos (trombos) nas veias, que compreende a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP).
Constitui a terceira causa mais comum de doença cardiovascular, logo após a síndrome coronária aguda e o acidente vascular cerebral. Atinge particularmente os pacientes hospitalizados, os doentes oncológicos e as grávidas e/ou puérperas com mais de 35 anos.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.