O presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), José Manuel Boavida, pede uma maior agilização do acesso a bombas de insulina para permitir que cheguem a cerca de 15 mil diabéticos, que aguardam a medicação. “A capacidade de resposta é muito menor do que as necessidades”, afirma.
A Lilly anunciou que já está disponível, em Portugal, a Lyumjev® uma nova formulação de insulina lispro que permite uma absorção mais acelerada. Este tratamento passa a ser uma nova solução para adultos com diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, permitindo um melhor controlo glicémico.
A Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) vai assinalar os 100 anos da Insulinoterapia, comemorados mundialmente em 2021, com uma exposição itinerante em colaboração com o Museu Maximiano de Lemos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Cem anos depois da descoberta da insulina por cientistas canadianos, cerca de metade dos 100 milhões de pessoas que precisam desta hormona para tratamento da diabetes não tem acesso ao produto, segundo dados divulgados a 26 de novembro.
Um estudo desenvolvido por investigadoras da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) e do CINTESIS concluiu que uma dieta rica em gordura aumenta a resistência à ação da insulina, aumentando, assim, o risco associado a pacientes com diabetes tipo 2.
As 640 bombas de insulina destinadas a novos doentes diabéticos, incluindo crianças até aos 10 anos, vão ser disponibilizadas nos próximos dias, de acordo com informação avançada ontem pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
A disponibilização de bombas de insulina a todas as crianças com diabetes e o reforço das medidas de prevenção e combate à doença são duas das medidas defendidas em quatro projetos de resolução em debate no parlamento na quarta-feira.
PS, PCP, BE e PAN recomendam ao Governo algumas medias relacionadas com a diabetes, a propósito de a Organização Mundial de Saúde ter decidido que o dia mundial da saúde de 2016 seria dedicado à diabetes e de a prevalência da doença estar a aumentar de ano para ano.
Assim, o PCP e o BE querem ver alargado a mais crianças o sistema de perfusão contínua de insulina (SPCI), vulgarmente designado como bomba de insulina, considerando que este sistema melhora a terapêutica, a qualidade de vida e o controlo da diabetes.
Recordando que o SPCI dirige-se preferencialmente a crianças com diabetes tipo 1 e que ainda não chegam a metade os que têm acesso a este tratamento, o BE recomenda ao Governo que tome as medidas necessárias para garantir o acesso de todas estas crianças até aos 14 anos às bombas de insulina.
O PCP, além de querer igualmente ver reforçada a cobertura de SPCI, recomenda uma maior aposta na prevenção, nomeadamente o combate aos fatores de risco, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado.
No âmbito dos fatores de risco, o PCP sugere a articulação do Ministério da Saúde com as autarquias locais para promover hábitos de vida saudáveis, com especial enfoque na alimentação e na atividade física.
Os comunistas preconizam a correção das insuficiências existentes no rastreio da retinopatia diabética e o tratamento atempado daquelas a quem for diagnosticada.
O PS quer que o Governo assuma as recomendações da Resolução do Parlamento Europeu, no que respeita a aplicar programas nacionais para a diabetes, a prevenir a diabetes tipo 2 e a obesidade (fator de risco para a doença), a garantir acesso permanente dos doentes a equipas interdisciplinares de alta qualidade, bem como um apoio contínuo ao financiamento de ações relativas à doença.
Tal como o PCP, os socialistas querem uma maior aposta em iniciativas públicas de sensibilização da população, como campanhas sobre a importância de estilos de vida saudáveis.
O PS sugere que se promova a identificação sistemática de pessoas potencialmente diabéticas ou pré-diabéticas e que sejam desencadeadas formações específicas na área aos profissionais de saúde nos cuidados de saúde primários.
A prevenção deve ser a prioridade e deve alicerçar-se em programas transversais com outros ministérios, defendem os socialistas, que gostariam de ver as autarquias envolvidas a desenvolver planos municipais de combate à diabetes.
O PS defende que sejam quantificados os custos da diabetes e os ganhos e poupanças associados à sua prevenção e tratamento.
Para o PAN, são também fundamentais as campanhas de sensibilização da população, sendo que este partido defende campanhas em escolas e universidades, e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes de modo a prevenir a evolução da doença.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.