Cirurgias de nove doentes oncológicos em risco de vida ou em situações muito graves foram adiadas devido à greve dos enfermeiros, apesar de urgentes e abrangidas pelos serviços mínimos, segundo a defesa jurídica do Governo entregue em tribunal.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) emitiu hoje para os hospitais a circular em que determina que sejam marcadas faltas injustificadas aos enfermeiros que façam greve.
O Ministério da Saúde esclareceu hoje que a aplicação de faltas aos enfermeiros em greve será feita caso a caso até ao dia de hoje e que a partir de quarta-feira devem ser atribuídas faltas injustificadas a todos os que adiram à greve.
A greve dos enfermeiros nos blocos cirúrgicos que começou esta quinta-feira obrigou ao adiamento de pelo menos 261 cirurgias marcadas para o período da manhã em cinco hospitais da região Norte, disse à Lusa fonte sindical.
A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta quarta-feira que equaciona usar meios jurídicos face à nova greve dos enfermeiros nos blocos cirúrgicos de hospitais públicos, referindo que esta paralisação levanta “um aspeto muito sério sobre questões éticas e deontológicas”.
Hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde (ARS) o Centro registaram uma adesão entre os 55 a 60% à paralisação dos enfermeiros, avança o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) inicia hoje uma greve de quatro dias em defesa da "correta contagem dos pontos para todos os profissionais" e em protesto contra o encerramento do processo negocial sobre a carreira.
A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou que as reivindicações dos enfermeiros, caso fossem todas atendidas, custariam mais de 500 milhões de euros (ME) em efeitos remuneratórios.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.