Page 8 - JM Especial XXXII Congresso Penumologia
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Jornal Médico | ATUALIDADE TERAPÊUTICA
SIMPÓSIO BIAL
O QUE MUDOU NO TRATAMENTO DA DPOC?
No âmbito do XXXII Congresso de Pneumologia, que decorreu entre os dias 10 e 12 de novembro,
a Bial promoveu um simpósio centrado na evolução do tratamento da doença pulmonar obstrutiva
crónica (DPOC). O simpósio foi moderado pelo Dr. António Ramalho de Almeida, pneumologista,
antigo diretor do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho,
e contou com a participação do Prof. doutor Jorge Ferreira, diretor do Serviço de Pneumologia do
Hospital Pedro Hispano, e do Prof. doutor António Jorge Ferreira, pneumologista no Centro Hospitalar
Universitário de Coimbra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
“O Laventair Ellipta
®
proporciona um ganho
muito significativo
em termos de função
pulmonar ao longo
do tempo, de uma
forma sustentada,
ao fim de alguns meses
de utilização”
Prof. doutor Jorge Ferreira
em doentes estáveis, quer em doentes muito
instáveis. Não é nos estádios mais avançados
da doença que há mais função respiratória
para perder, pois esta já foi perdida preco-
cemente. O FEV começa por deteriorar-se
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muito nos estádios mais precoces da doença,
portanto não faz muito sentido que o doen-
A DPOC EM PORTUGAL recetores muscarínicos de ação prolongada te tenha perdido muita função ventilatória,
(LAMA). “Há alguns anos atrás, como pri- para depois se utilizar uma estratégia com
Segundo os dados da Sociedade Portugue- meira linha, utilizava-se a monoterapia, hoje dupla broncodilatação”, salientou.
sa de Pneumologia (SPP), “cerca de 800.000 em dia a tendência é combinar broncodilata-
portugueses sofrem de DPOC nos seus vários dores de grupos diferentes (LABA e LAMA), AS NOVAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS
estádios”, começou por alertar o Dr. António dado que começa a haver evidência que indi- PARA OS DOENTES COM DPOC
Jorge Ferreira. Na área da DPOC “continua a ca que a terapêutica com dupla broncodilata-
existir uma subavaliação, uma vez que ape- ção é mais eficaz”, esclareceu o Prof. doutor A dupla broncodilatação
nas 101.028 utentes inscritos nos cuidados Jorge Ferreira. com Laventair Ellipta ®
de saúde primários (CSP) estão referencia- A terapêutica inalada de diferentes fármacos “Os broncodilatadores não são todos
dos como tendo a doença. Nos últimos anos tem vindo, assim, a assumir uma importância iguais”, realçou o Prof. doutor Jorge Fer-
estes números têm vido a melhorar devido crescente mesmo nos estádios mais precoces reira, acrescentando que “vivemos numa
à sintonia entre a especialidade de Medicina da DPOC. “Inicialmente, a estratégia baseava- época extraordinária em termos de possi-
Geral e Familiar e a de Pneumologia”, acres- -se muito na monoterapia, pois o pensamen-
centou. (Barbara et al. Rev Port Pneumol to lógico era começar com terapêuticas mais
2013;19(3):96-105, Relatório ONDR 2014-2015 unívocas numa fase inicial da doença e de-
- http://www.ondr.pt/10_Relatorio_ONDR.pdf. pois avançar com outras moléculas. Hoje em A DUPLA BRONCODILATAÇÃO
Consultado em agosto 2015) dia, a estratégia de associação tem tido um PROPORCIONA:
significado importante, uma vez que não se
VANTAGENS DA DUPLA deve esperar pela degradação funcional”, de- > Maior alívio dos sintomas;
BRONCODILATAÇÃO fendeu o Prof. doutor António Jorge Ferreira. > Melhora o FEV em doentes com DPOC moderada a
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“A degradação do volume expiratório força- grave;
Atualmente existem dois grandes grupos de do no 1.º segundo (FEV ) não é gradual e pro- > Melhora a qualidade de vida;
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broncodilatadores inalatórios: os agonistas gressiva, os doentes apresentam fenótipos > Reduz a hiperinsuflação.
adrenérgicos β2 (LABA) e os antagonistas dos diferentes e esta degradação é visível quer
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Março 2017

