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XXXII CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA | Jornal Médico
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
CUIDADOS INTENSIVOS SÃO PARTE INTEGRANTE DA FORMAÇÃO
Do outro lado do Atlântico, há um país a funcionar em várias velocidades, o que tem uma influência incontornável
na forma como se organizam a formação médica pós-graduada e a prestação de cuidados de saúde.
Nos Estados Unidos da América (EUA), “há pneumologistas a exercer em grandes hospitais gerais, mas há tantos ESPANHA
outros a servir pequenas comunidades rurais, o que condiciona a forma como equacionamos esta questão da
subespecialização”, explicou aos colegas portugueses o pneumologista norte-americano Michael Niederman. Isto REALIDADE MUITO PRÓXIMA
porque, numa pequena comunidade são óbvias as vantagens de ter um especialista “generalista”. Já num grande DA PORTUGUESA
hospital – “no seio do qual também existem realidades distintas, na medida em que há académicos e há médicos Na vizinha Espanha, a realidade da Pneumologia é muito
de prática privada, cujas obrigações podem divergir bastante” –, a subespecialização muitas vezes impõe-se e semelhante à portuguesa: nenhuma subespecialização e
traz mais-valias para os doentes, esclarece Niederman. apenas o título de pneumologista “generalista”. De acordo
Uma coisa é certa: “nos EUA, a formação do pneumologista integra competências de Pneumologia e Cuidados com a presidente da Sociedad Española de Neumología y
Intensivos, para preparar os médicos para o trabalho nos grandes hospitais”. Para além disso, há certificação Cirugía Torácica (SEPAR), Inmaculada Alfageme, “não há, a
específica em áreas de subespecialização como a broncoscopia e a patologia do sono, entre outras. breve trecho, planos para avançar com subespecializações
em Pneumologia, nem sequer existem áreas de capacitação
específica. O maior empregador dos pneumologistas
em Espanha são os hospitais, que entendem que este
especialista tem que saber resolver todas as situações
agudas e não agudas relacionadas com doença respiratória”.
ITÁLIA
BRASIL SAÚDE PÚBLICA EM FALTA
NOS CURRÍCULOS FORMATIVOS
ESCASSEZ DE RECURSOS AFASTA CENÁRIO DE SUBESPECIALIZAÇÃO Para o ex-secretário-geral da ERS e pneumologista
“No Brasil há 3.500 pneumologistas para 20 milhões de asmáticos e sete milhões de pessoas com DPOC”. italiano, Giovanni Migliori, presente no debate sobre
Números muito aquém do desejável, apresentados no Congresso da SPP pelo diretor de Ensino e Exercício subespecialização, há uma competência “fundamental” que
profissional da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Clystenes Odyr Soares. tem faltado na grande maioria dos currículos formativos
Face a esta escassez de recursos, e ainda que defenda que a formação em subespecialidades é dos pneumologistas: a Saúde Pública. No entender do
extremamente necessária, “precisamos de especialistas mais generalistas”, sustenta o responsável. especialista, os pneumologistas deveriam ter uma forte
O termo “áreas de atuação” é aquele que define, em terras de Vera Cruz, o que entendemos por componente desta área na sua formação pós-graduada.
subespecialidades. Há duas em Pneumologia: Pneumologia Pediátrica e Patologia do Sono. Ambas
“colidem” com outras especialidades, o que comporta outro dos grandes desafios da subespecialização,
conclui Odyr Soares.
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Março 2017

