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Jornal Médico   |  CRÓNICA


















                                       Prevenir



                                       para não remediar





         DIANA ROCHA

         Médica interna de
         Medicina Geral e Familiar
         na USF Sete Caminhos
         – ACES Gondomar






























                                       Nos dias de hoje e cada vez mais   das,  tais  como  o  cancro  de  colo   saúde  infantil,  salientando  aqui
                                       os utentes entendem a necessida-  do útero, da mama ou do cólon,  o cumprimento do plano nacio-
                                       de dos cuidados de saúde primá-  são cada vez mais aceites e en-  nal de vacinação desde o nasci-
                                       rios e claro do Médico de Família.  tendida a sua relevância pela   mento, os rastreios de patologia
                                       Progressivamente  o  Médico  de   população em geral, permitindo  da visão entre outras ações pre-
                                       Família foi adquirindo um papel  alcançar um grande número de  ventivas instituíram-se como um
                                       diferente  na  sociedade,  distin-  pessoas nas idades chave de rea-  dos grandes marcos da Medicina
                                       guindo-se do tão bem conhecido  lização dos mesmos e atingir o   Geral e Familiar. Por outro lado,
                                       “médico da caixa” que tinha como  seu principal objetivo de imple-  o acompanhamento das grávidas
                                       função entendida pela população,  mentação: o do diagnóstico pre-  de baixo risco, dos grupos de risco
                                       a de pedir “exames de rotina”, fi-  coce. Atualmente e felizmente,   salientando os hipertensos e dia-
                                       sioterapias, “baixas” e renovação   muitas vezes os doentes chegam   béticos, permite igualmente não
                                       da medicação habitual.        até  nós  já  enunciando  que  está   só a monitorização e acompanha-
                                       Atualmente  os  utentes enten-  na altura de cumprir determina-  mento da doença e ajustes tera-
                                       dem que o Médico de Família,  do rastreio, quer por informação  pêuticos, como visar a prevenção
                                       para além de ser um médico que  fornecida  anteriormente  pelo   ao nível secundário e terciário.
                                       atua não só nas patologias agu-  próprio médico, quer por infor-  Efetivamente um dos principais
                                       das que vão surgindo ao longo   mação  do  próprio  junto  de  ou-  papéis  dos cuidados  de saúde
                                       da  vida  do  utente e da  família,  tros  utentes  ou  profissionais  de   primários passa pela prevenção,
                                       este representa também um pa-  saúde, quer mesmo por pesquisa  sempre que  possível visando  a
                                       pel fundamental na prevenção   realizada pelos mesmos.      prevenção primária, mas abran-
                                       de várias doenças.            Por outro lado, a medicina pre-  gendo igualmente o nível da
                                       Os rastreios dirigidos a situa-  ventiva  e  de  acompanhamento  prevenção secundária, terciária
                                       ções transversalmente conheci-  realizada a vários níveis, como a   e até quaternária.


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